terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Benedicti vale - Despedida e renúncia




“Papa não adoece até que morra”. Provérbio romano

Leonardo Boff, grande teólogo, confessou à TV Brasil que a atitude de Bento XVI foi “digna e louvável”. Isto, tendo como base a humildade do Papa por reconhecer suas limitações físicas diante das demandas que o cargo papal exige. No passado o papa se via como imortal, hoje, como um simples humano.

Ao longo da história, tivemos quatro episódios de renúncia/deposição da cadeira de São Pedro:
1º - Bento IX (1045) – Deposição por pressão devido à vida imoral que levava;
2º - Gregório VI (1046) - Padrinho de Bento IX foi acusado de simonia (venda de objetos sagrados);
3º - Celestino V (1294) – Renunciou por pressão política dentro do Vaticano;
4º - Gregório XII (1415) – Renunciou também por pressões políticas.

Coincidência ou não, Bento XVI sempre foi um profundo admirador de Celestino V. O papa que menos tempo ficou no cargo. Pressões políticas sempre estiveram dentro do Vaticano, pois não deixa de ser um Estado.

A verdade é: Política é o mal da religião.

Nas relações humanas sempre haverá um braço político. Faz parte da nossa natureza. No entanto, quando o pragmatismo deste ameaça a sacralidade da fé, aí entra a corrupção e a imoralidade.
Oficialmente Bento XVI se retira por motivos de doença. Irá se dedicar aos estudos teológicos. Esperamos que a verdade não tenha ligação com pressões políticas das diversas facções que existem dentro do vaticano.

O mundo espera que o conclave seja, de fato, para uma meditação e avaliação do mundo interior/exterior e suas necessidades, naquilo que a Igreja Católica pode contribuir. Que os cardeais escutem a voz da consciência e do Espírito Santo. Que não haja fumaça preta das politicagens das facções e seus interesses.

Pedro Henrique Curvelo
Fevereiro de 2013

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