domingo, 31 de julho de 2011

CASARAM COM O SOL, MAS TOMARAM A LUA COMO AMANTE



Sublima a intensidade da paixão, cálice da essência! Do seu corpo ele queria se embriagar.


Encontrar o êxtase do encontro “alma-ser”, evoluir até o ponto em que o seu fio de prata envolveria sua taça de ouro.

Pensávamos que o mundo iria acabar, mas eles ficaram na praia sonhando com o amanhã.

Pensávamos que eram surdos, mas eles escutaram o som do violino e o cantar da musa eterna.

Pensávamos que eram atrofiados, mas de uma forma harmoniosa dançaram em pleno luar.

Eles casaram com o sol, mas tornaram a lua como amante.

Do pulsar veio o nirvana da psique deles.

Menina-mulher! A torre está perdida, aqueles que estavam em sentinela se foram, agora só resta se render.

Sobre a ponte o cavaleiro entrou, conhecerá sua luz e sua escuridão. Sobre as águas ele também pode andar sobre a vigilância do Logos.

Seja o amanhã tão somente a percepção.

Seja o agora a vivacidade da juventude.

Sob o olhar da ampulheta, paramos de contar a areia. Ela conta por si só.

Quanto ao cavaleiro, ele cavalgará sobre o Pégaso, pois no renascer do depois serão apenas memórias.

PEDRO HENRIQUE CURVELO

Julho de 2011

sábado, 23 de julho de 2011

A PRISÃO POLÍTICA DE JESUS NOS DIAS ATUAIS



   Política é uma arma que se utiliza para favorecer um interesse próprio (embora na teoria a palavra política venha do grego Politiké – relativa a polis, cidade e comunidade). Se o interesse próprio for também coletivo, ótimo! Pode-se unir o útil ao agradável. Se não for, haverá então um confronto. A figura da pessoa de Jesus, durante séculos, é assediada com as correntes da política, isso na época que ele esteve na terra como hoje.

   Vamos começar pela época que ele esteve na terra. Quando ele iniciou seu ministério na Judéia existiam inúmeros partidos políticos: Saduceus, Fariseus, zelotes, Herodianos, Samaritanos e Essênios. Vale lembrar que lideranças políticas e religiosas não se distinguiam muito, não havia diferenças como nos dias de hoje.

   Muitos grupos ao perceberem a popularidade de Jesus, quiseram proclamá-lo rei e aplicar um golpe de estado grandioso que confrontaria Herodes e até o Império Romano. Jesus percebia a estratégia da elite intelectual de sua época e se esquiva disso. Jesus apregoava que o seu Reino não era deste mundo, era de consciência, o caminhar individual do homem com Deus.

   Após sua passagem pela terra, seu nome foi utilizado para atender a interesses próprios. Tal confronto apareceu quando os apóstolos dirigiam a Igreja em Jerusalém. Constantino para evitar o colapso do Império Romano casa o estado com a Igreja. A igreja passa a “controlar” o nome de Jesus.

   A partir daí, podemos enumerar as atrocidades: Guerras santas, que na verdade eram econômicas, reis para respaldarem suas tiranias em nome de “Jesus” mandam matar e usurpar, Mulheres sendo torturadas e queimadas por causa de uma fofoca de que eram bruxas, católicos matando mulçumanos, católicos matando evangélicos, evangélicos matando católicos e assim vai.

   Diante de tanta escuridão na história a sociedade evoluiu nesse assunto? Quando falo evoluir quero dizer: Deixamos o nome de Jesus livre?

   Infelizmente não.

   Ainda utilizando o nome de Jesus muitos líderes religiosos e políticos manipulam o povo, ditam regras do que pode e não pode ser feito, amaldiçoam, roubam, pedem voto, enganam e enriquecem.

  E o povo cego segue. Afinal, falam em “nome de Jesus”.

Minha oração é que o nome de Jesus seja livre da dominação do homem. Que Ele seja livre na consciência de cada pessoa.

Afinal, está escrito que não devemos tomar o nome dele em vão.

PEDRO HENRIQUE CURVELO

Julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

ANJOS na torre de vigia



   Anjos!


   Essa figura mística sempre nos chamou a atenção. Seja um incrédulo ou um religioso, todos já paramos para refletir sobre esses personagens.

   Diversas religiões manifestam suas definições sobre esses seres: os cristãos, judeus, hindus, budistas, espíritas, mulçumanos, esotéricos, os que são ligados à prática da cabala e por aí vai. Isso mostra como esses seres mexem com a nossa fé e imaginação.

   Não é meu objetivo aqui dizer se eles existem de fato no mundo espiritual ou como é a divisão da sua hierarquia: anjos, arcanjos, serafins, querubins e assim por diante. Meu intuito é chamar sua atenção para o dia a dia, que eles estão por toda a parte, e quando você menos espera se apresentam para te servir e te ajudar.

   Falo de anjo como uma definição daqueles seres humanos que estão atentos para ajudar e se doar por alguém. Pessoas com esse espírito você encontra na sua casa, no seu trabalho, seus parentes, sua vizinhança ou qualquer grupo que você pertença. São pessoas que você não valoriza algumas vezes, pessoas que você pensa que o relacionamento esfriou tanto que se precisar de alguma ajuda, ela será a última pessoa que você irá contar. Pessoas que no dia a dia você se estressa, mas que em um dado momento da sua vida, se revela o que realmente são: Anjos.

   Pessoas, cujas almas estão na torre de vigia pela sua vida. Seres humanos que quando você entra em um período de tribulação, angústia e necessidade, revelam suas verdadeiras identidades: Angelus – mensageiros.

   Um salmo sapiencial muito conhecido é o Salmo 91. Nele está escrito:

Deus dará ordem aos seus anjos ao seu respeito, para que te guardem em todos os seus caminhos”.

   Acredito que esses anjos são seres espirituais. Mas também acredito que são os seus amigos, sua mãe, pai, irmão, colega de trabalho, namorada, líder religioso, ou mesmo um vizinho que você simplesmente diz: “bom dia, olá”.

   Fique atento a esses anjos, valorize sua relação com eles. E o melhor: Seja você também esse ser sagrado. Suba a torre de vigia, pois alguém pode precisar de você.

Pedro Henrique Curvelo

Julho de 2011

*Eu dedico este texto aos meus familiares, pastor, amigos, colegas de trabalho e vizinhos que me apoiaram na minha pós-cirurgia realizada no mês de julho de 2011.