domingo, 16 de julho de 2017

EM NOME DE ARTHUR



Em nome de Arthur protestamos contra a violação da sacralidade do útero materno.
Cujo Arthur, dentro do templo do corpo de uma mulher, foi profanado.

Conheceu os monstros da vida humana antes mesmo de vir ao mundo. A inocência e fragilidade que só conhecia a lição do zelo e do amor, foram rompidas, não através do corte do cordão umbilical, e sim, pelas setas (uma bala) dos monstros do lado de fora.

“Quem são? Não os conheço” Pensou Arthur
“Eu os conheço”. Respondeu sua mãe. “Mas não pensei que você seria atingido”.

Em nome de Arthur apelamos para a consciência do povo do Rio de Janeiro. Não podemos deixar a cauterização da nossa sensibilidade ao ponto de assistirmos o absurdo do fluir da nossa sociedade.

A ruptura de Arthur precisa gerar uma nova consciência, o zelo pela humanização.

Em nome de Arthur, pedimos que você pense e zele ao eleger seus representantes políticos. É função deles zelar pelo templo das mulheres.

Em nome do Arthur vivo reverenciamos a memória do Arthur morto. Onde o templo sagrado materno sofreu abalos de um atropelo.

Arthur! Seu nome lendário está ligado a uma espada. A espada de pedra! Símbolo da sua força e nobreza.
No entanto, você foi atingido por um outro tipo de arma. Para um Arthur legou um trauma. Para o outro a morte.

Que o nome do Arthur vivo se torne forte ao ponto de retirar a espada da pedra. Que sua vida seja o símbolo do nascer de uma nova sociedade. Que não será vencida por monstros, manifestos nos assaltos e na gestão pública.

Que o nome do Arthur morto se torne um memorial em nossas consciências para que zelemos pelo direito a vida!

Que assim seja!
Julho de 2017


Pedro Curvelo

Foto: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/07/08/reacao-de-mae-de-bebe-baleado-na-barriga-foi-do-choque-a-esperanca.htm