Para o governador Cláudio Castro, foi um sucesso com 121 mortos. Ou, como ele disse: “117 narcoterroristas”. Fora os quatro policiais mortos durante o serviço.
Mas, sem atrapalhar a festa do nosso governador-cantor, vamos pensar.
Quantos territórios do Comando Vermelho o Estado recuperou?
Nenhum. Entrou, atirou, alguns bandidos morreram — mas o domínio permanece com o Comando Vermelho.
O fornecimento de drogas vindo dessas regiões diminuiu?
Não. Se um playboy da Zona Sul quiser comprar entorpecente para uma festa particular, o fornecimento será garantido.
Quantas rotas de armamento foram identificadas e destruídas?
Nenhuma.
A população da Zona Norte ganhará a paz de poder andar sem presenciar ônibus sendo sequestrados para fechar ruas?
Não — continuará do mesmo jeito.
O pequeno comerciante, que já suporta carga tributária abusiva e a “taxa de segurança” do poder paralelo, deixará de receber ordens de criminosos para fechar o comércio?
Não deixará.
Sendo assim: a operação foi um fracasso.
Falo isso como cidadão que mora na Zona Norte do Rio.
Agora, se o objetivo é produzir conteúdo com cadáveres para impulsionar uma campanha eleitoral ao Senado em 2026, então — parabéns — está no caminho certo.
Bandidos foram mortos! Isso é bom?
Vamos pensar: Matar bandido reduz a quantidade de roubos? A resposta é simples: não. As estatísticas mostram que roubos e assaltos crescem ano a ano. Ou seja: você continuará andando com o “celular do bandido”.
Cuidado com os encantamentos dos políticos — sejam de direita ou de esquerda. Como mostrei em um vídeo que publiquei, a maioria nunca apresentou um único projeto de lei sobre segurança pública. Por isso que o bandido que é preso hoje, na verdade já tem três ou quatro passagens pela polícia.
Numa guerra, o conceito de sucesso e vitória é quando você finca a bandeira. Do contrário, é oba-oba político.
Não eliminaram o domínio do Complexo do Alemão nem do Morro São João — continuarão com o Comando Vermelho.
Nova Iguaçu continuará sendo território de milícia.
Brás de Pina continuará sob o Terceiro Comando Puro. E assim por diante.
E você?
Continuará trabalhando, correndo o risco de ser assaltado, pagando a taxa do poder paralelo e os impostos do Estado.
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