quinta-feira, 4 de agosto de 2016

SE CONVERTENDO EM DEUS (Pontifex Maximus)



Nossa história tem diversos ícones de seres humanos, líderes políticos, que se "converteram em deus".
Desde a figura do Faraó no Egito até Júlio César, ditador romano, que se tornou Sumo Sacerdote (Pontifex Maximus) e depois em um "deus vivo". Para ser mais atual, Hitler ao se comparar com o "Espírito Santo" em um dos seus discursos.

A política sempre precisou buscar um cunho religioso. Tudo para inflar o ego do personagem político. O último estágio nessa ação é colocar o "trono nas alturas". Até no comunismo essa prerrogativa foi utilizada. Por um outro viés, o de combater a religião. Não em nome da laicidade do estado, e sim, para combater a religião e fortalecer o "braço de prata" do Estado (livro do profeta Daniel na Bíblia).

Na história da Igreja Católica Romana, o Papa Leão I (440-461) abraçou esse título, visto que era a consolidação do poder político romano com a nova religião, o Cristianismo. Até hoje é mantido no papado esse título. Afinal, o Vaticano é um Estado Teocrático. 

O tempo nos revela o quão traiçoeiro é essa relação. Política junto com a religião fortalece os interesses de um grupo ou líder político. A oratória política ganha vida quando o "nome de Deus é usado em vão". Belo exemplo foi a votação do impeachment da Dilma. Foi tanto "em nome de Deus" que parecia um exorcismo na política.

Os efeitos colaterais da chamada "bancada evangélica" são maiores que os benefícios. Observem a operação Lava Jato que revelou vários parlamentares evangélicos. Observem Eduardo Cunha e suas campanhas na Rádio Melodia no Rio de Janeiro. "O povo merece respeito!" Esse irônico slogan de Cunha prejudicou a imagem dos evangélicos na política. Em suas campanhas políticas, por exemplo, era frequente o Pastor Silas Malafaia e o RR Soares chamando Cunha de "homem de Deus". O povo dizendo amém, ao invés da criticidade que a história do protestantismo nos ensinou.

Assim, devemos entender que Religião e Política tendem a fortalecer o poder temporário. Em detrimento, na maior parte, da religiosidade individual. Natural termos políticos religiosos. No entanto, envolver o altar da instituição religiosa com o palanque político é perigoso.

Pense Nisso!

Pedro Henrique Curvelo
Agosto de 2016

Imagens:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imperador_romano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Le%C3%A3o_I
http://germanoreis.com/politica-com-humor-deus-reclama-de-usarem-o-nome-dele-na-votacao-de-impeachment-de-dilma-rousseff/