Declaramos que o gigante acordou.
Porém, como ele estava por um longo período dormindo, ao acordar, começa a
correr desorientado.
A multidão se levanta em cada
canto do país, vomitando aquilo que ela estava engolindo durante anos:
Corrupção, aumento da passagem de ônibus (bem acima da inflação),
superfaturamento com as obras da Copa, julgamento do Mensalão concluído, mas
sem nenhuma punição e outros pontos azedos da nossa política.
SISTEMATIZAÇÃO DO PROTESTO
Uma vez despertada, essa marcha
precisa de um rumo. Ou seja, sistematizar as reivindicações. Gritar apenas nas
ruas e ver alguns em confronto com a polícia, fará ouvirmos declarações do
Tipo: “É legítimo protestar, faz parte da
democracia. Estamos abertos para negociar com os líderes suas reivindicações”.
Essa frase foi do Cabral (Governador do Rio) e de forma semelhante do Eduardo
Paes. Ora, sabemos que nesses protestos não há líderes específicos. Apesar do Movimento Passe Livre (MPL) ter ganhado
visibilidade. Não há a figura de um líder e nem partido. Existe o povo. Logo, se não
existir uma sistematização das reivindicações, a multidão irá se dissipar como
a nuvem. E no final, eles dirão:
“Queríamos
dialogar, mas ninguém apareceu”.
Uma forma de sistematizar é entregar
por escrito as reivindicações do tipo:
·
Diminuição
da passagem do transporte público;
·
CPI para
investigar o dinheiro gasto na Copa;
·
Prisão
imediata dos condenados pelo STF no caso do Mensalão e outras.
Formalizar por e-mail para os líderes
políticos. Devemos encaminhar também para a Imprensa como cópia dessa ação. O
Movimento Passe Livre já fez isso.
Precisamos protestar não apenas
com paz, mas de forma estratégica.
PREJUÍZO POLÍTICO
Com essa ação, podemos já prever
o impacto nas eleições do ano que vem. Pezão, filhote político do Cabral, ficará muito distante da vitória como
Governador. Para Presidente, Dilma será prejudicada porque a Prefeitura de São
Paulo é do PT, Aécio Neves será prejudicado porque o Governo de São Paulo é do
PSDB.
Será nítida a ascensão do PSOL, do PV e
da Marina Silva (Rede).
LEGITIMIDADE DA VIOLÊNCIA
Protestar em paz é o ideal.
Agressão e depredação do patrimônio público não é legítimo, é vandalismo. No
entanto, se o governo não executa de forma ética e justa, se o legislativo não
fiscaliza e não propõe leis favoráveis para a população e se o judiciário
confunde imparcialidade com cegueira, resta, então, o risco da
pressão popular fomentar pequenas milícias para tirar pela força esses
governantes, como foram os casos no governo de Getúlio Vargas, no período da Ditadura,
como foi com Fidel e Che em Cuba e como tem sido atualmente na Síria. O “vandalismo”
ganharia legitimidade, respaldada pelo povo.
Acredito que ninguém deseja isso.
Nosso anseio é pela mudança através da paz, diálogo e conscientização dos
governantes. Mas, se não ocorrer isso, uma guerra civil será um meio para
atingir a um fim.
Que Deus abençoe nossa nação
Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2013
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