quinta-feira, 9 de maio de 2013

SEXO NO ALTAR



Diante das várias acusações contra o Pastor Marcos Pereira recebeu, o que mais me chamou atenção foram os crimes sexuais.

Supostas vítimas falaram que as práticas de estupro eram denominadas "libertação espiritual", como o caso de um estupro onde, segundo a vítima, o Pastor queria "liberta-la" do espírito de lésbica. Além disso, acusações de orgias, abortos e ameaças. Ora, se ele queria realmente incluir o sexo como rito religioso, deveria cultuar um outro deus, por exemplo, o deus grego Príapo.

É estranho ver um líder que impôs nas mulheres da sua igreja uma norma de santidade, a obrigatoriedade do "roupão", receber essas acusações.

Não é a primeira vez que ocorrem escândalos envolvendo sexo e altar. Mas, como o Pereira tinha grande visibilidade na TV em regenerar bandidos, ganhou grande repercussão.

Aproveito esse incidente para dizer que essas práticas doentias são alimentas pelo extremismo religioso. 

É da natureza do homem o desejo sexual. Com isso, a sexualidade precisa ser desenvolvida com naturalidade a seu tempo e de forma saudável.

Reprimir a sexualidade é criar um vulcão interno que a qualquer momento entra em erupção  sem medir as consequências. Por outro lado, dar asas demais para o desejo é dirigir um carro em alta velocidade sem freio. O impacto irá prejudicar muito.

As religiões não devem encarar o desejo sexual como um demônio interno que precisa ser amarrado.
Pelo contrário, devem desenvolver a consciência para que essa parte seja desenvolvida naturalmente.

Muitos jovens religiosos são ensinados que sexo só deve ser praticado depois do casamento. No entanto, as pessoas estão casando, em sua maioria, depois dos 30 anos. Já o desejo sexual começa a se manifestar na adolescência. Alguns, desenvolvem suas consciências sobre esse assunto e fundamentam um princípio dentro de si. Para estes, a castidade se torna saudável. Agora outros entram em erupção. Não praticam sexo antes do casamento, mas se tornam viciados em pornografia e masturbação.

O extremismo da religião quer dar palpite até nas posições sexuais e criar normas. Por exemplo, algumas igrejas sustentam que sexo anal é pecado. Para respaldar, utilizam Romanos capítulo um ou a parte de apocalipse onde os sodomitas não entrarão no Reino de Deus. Logo, isso gera uma legião de tarados por tal prática. Olham para uma mulher como se ela, em sua totalidade, fosse apena um cu

Praticar uma posição ou não deveria ser decisão do casal, escolhendo livremente. 

Uma vez ouvir algo brilhante do Bispo Edir Macedo: "Dentro de quatro paredes, Deus não se mete na relação do casal".

Por fim, se queremos separar (santificar) os religiosos dos escândalos sexuais, devemos trabalhar a consciência. Isto é, ensinando a pessoa a conhecer o seu corpo, seus desejos, como desenvolve-los de forma saudável, quais são os perigos e benefícios. 

Altar não é lugar para atrocidades sexuais, é lugar de santificação, ou seja, vida com consciência.

Pedro Henrique Curvelo
9 de maio de 2013

Um comentário:

Lilian disse...

Concordo com você, Pedro.
É necessário o equilíbrio em todas as áreas de nossa vida, porque sem ele o indivíduo torna se extremista e alienado.
Muito bom texto!!!