A fantasia para o ser humano é
uma segunda via que ele utiliza para poder viver. Encarar a realidade da vida, o seu contexto familiar, social e psíquico pura e simplesmente no preto e
branco é complicado e insustentável.
Diante disso, o homem utiliza
aquilo que é subjetivo. Essa subjetividade pode ser vista nos vícios, religiosidade,
arte, drogas, bebidas e sistematizações de comportamentos construídas para cada
variável que surge na vida.
Lidar com esse lado subjetivo é bom
e ao mesmo tempo perigoso. Digo isso porque tal situação pode servir para
relaxar a alma e o espirito, gerando uma avalanche de estímulo que irá
sustentar uma pessoa por mais algumas horas, semanas, enfim, certo tempo.
Em contrapartida, a falta de equilíbrio ou
direcionamento errado dessa subjetividade pode leva-lo a uma prisão. A
construção de um castelo que não poderá sair. Um exemplo disso é a bebedice. O homem pode utilizar a bebida para relaxar a tensão gerada pelo dia a dia. É o
momento de esquecer os problemas e ficar off
por um tempo. Nesse instante, a alma descansa e no outro dia a rotina volta ao
normal. Mas, tal mecanismo pode leva-lo a uma espécie de “projeção astral” sem
volta. Uma fuga onde a mente e a sobriedade não conseguem voltar, pois tem
medo. Essa pessoa se transforma em um alcoólatra, onde sua vida se desmorona
como um dominó. Desiquilibra os relacionamentos, o trabalho, a fé e o próprio
corpo. Isto é, aquilo que era para ser um tranquilizante, se tornou em um
veneno.
Utilizar a subjetividade para se
esconder é complicado. É por isso que você encontra uma pessoa instruída e que tinha uma
vida normal, de uma hora para outra, ficando louca, viciada e totalmente destruída. Pessoas que, por exemplo,
diante de tanta amargura e derrotas distorceram a fé e enterraram a mente em um
dogmatismo religioso onde vivem um mundo paralelo 24 horas.
Há uma expressão bíblica que diz que "um abismo chama
outro abismo". Fazer uso de um vício pode levá-lo a ter isso como rotina. Ao
ponto da química do seu corpo encarar como normal e necessário da mesma forma
que você tem necessidade da água e da comida.
Atenção! Vício pode ser qualquer
coisa que prejudica e te impede de viver a realidade. Pode ser a droga em si,
bebida, uma religiosidade fanática, a gula, o só querer ficar dormindo, o fugir
do real e alimentar a fantasia na questão de relacionamento, emprego e família.
Meus amigos!
Despertar e quebrar três ou
quatro tijolos que foram construídos pode não ser complexo. Agora, o problema é
quando o processo da fantasia se transformou em um castelo.
Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2012
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