sábado, 18 de junho de 2011
A CONCILIAÇÃO DO TEMPO-SER
A luz da alvorada o fez se levantar do monturo.
Ele era apenas um mortal. Do comum, em sua angústia mergulhou.
Sua mente, agitada, não permitia que o seu corpo dormisse.
Ele sofreu e se frustrou. O que sonhou, não vivenciou.
Para ele o arquétipo da vida era Jano. Duas caras, de um lado anjo, do outro um demônio.
As polaridades da vida fizeram sua alma se embriagar e se afogar em sua própria dimensão. Um processo em ser magnetizado, se afastando e atraindo ao mesmo tempo no objeto chamado Eu.
Ânimo dobre, homem comum.
A noite o visitou e o enfeitiçou. Resignado, aceitou o golpe. “O que tem de ser tem força”. Um sofisma que Raskólnikov um dia escutou.
Na alvorada, aquilo que era o fôlego, fragmento do Eterno, o tomou. Ele se levantou, se renovou e abriu os olhos.
Com passos firmes andou sobre a terra. Marchou. A vivacidade o tomou.
Decidiu avançar, em seu interior gerar, na quarta dimensão visualizar o triunfo. Ele passou a entender que a glória estava em suas mãos.
Como leão, feroz se tornou. Sua natureza passou a ser impetuosa.
Por fim se levantou. O que foi coadunou com o que é. A conciliação do Tempo-Ser.
Ele passou a ser. O ser evoluiu. Se metamorfoseou no processo místico chamado vida.
Junho de 2011
Pedro Henrique Curvelo
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Um comentário:
Desprender-se do Eterno e mergulhar no Espaço/Tempo... eis o drama, o grande teatro místico da alma! Fazer o caminho inverso, retornar ao Não-Tempo, ao Não-Espaço é a redenção absoluta do filho pródigo...
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