sábado, 28 de maio de 2011

ENVELHECIDOS POR UMA PAIXÃO


 
    Lembranças de um tempo perdido. A amargura do abandono. Ele entendia que a energia da juventude eram os seus amores. O dinamus que move a sua vida.


    Ele amou. No entanto, amou intensamente. Nessa profundidade, o oceano da alma mostrou os seus monstros. Medusa o petrificou, e no fundo ficou.

    Ela um dia estava. Sua vida chegou ao ápice do vigor. Ele tinha energia para encarar a feiura do dia a dia. Até mesmo os deuses do Olimpo vislumbravam tamanha vivacidade para ao cortejar sua musa.

    Na pulsão do Eros ele se moveu, pegou o próprio coração e para ela fez um monumento.

    Mas... O monumento quebrou. Tão rápido e tão cruel, aquela que um dia ele tinha em seus braços se torna uma estranha.

Ela levou sua energia. Morto se tornou mesmo estando vivo. Por ser tão intenso, não conseguiu voltar.

O tempo evoluiu, sua juventude envelheceu. Ficou mudo e paralítico diante do Cronos.

...

Mas um dia, a Sabedoria o visitou. E disse: “Reaviva o seu esplendor! Sua potência é a sua juventude. Que você viva o renascer! Para novamente surpreender Afrodite no teatro do Olimpo”.

Maio de 2011

PEDRO HENRIQUE CURVELO

sábado, 14 de maio de 2011

O ENCONTRO DE DUAS ALMAS


    Quando o tempo pára, o presente atemporal congela. As demandas de uma vida abrem alas para que um casal possa passar. O momento que anda acelerado se acalma, entra em bonança e então rejuvenesce.


Ele conseguiu ouvir uma música na dimensão do seu olhar. Ele a tocou e as chamas da vida se acenderam. Um beijo tão intenso, então, entrelaçou o seu coração.

Ele a tomou, ela se entregou. Ele a possuiu!

A nudez veio a luz, o ápice da paixão que é onde a vida começa. A intensidade do conhecer cada parte do seu corpo.

O possuir é um mistério que até o Divino respeita. O paralelo do sagrado com o profano. Nessa volúpia está a vida deles.

Eles só conhecem o presente. Não há como prever o futuro.

Apenas o se render.

Esse é o momento em que o silêncio das suas consciências se falam.

O instante em que duas almas se encontram e se amam.

Pedro Henrique Curvelo

Maio de 2011

sábado, 7 de maio de 2011

Um SISTEMA só é destruído com outro SISTEMA

   
     Um amigo muito próximo uma vez me disse: “Você só pode vencer um sistema com outro sistema. Nunca sozinho”. Pensei bem, e tive que concordar.


    Nesse final de semana vi, um pouco atrasado, o filme Tropa de Elite 2. A guerra não era contra os traficantes – pois estes são frutos da desigualdade social -, e sim, contra o sistema. A cadeia da corrupção que é bem profunda, no entanto, nós apenas vemos a ponta do iceberg. O que vemos no dia a dia, os coadjuvantes do crime organizado, milícia, na verdade existe um “outro”, posso chamar de diretor, por trás disso que é um glaciar (geleira). No filme, era um deputado, um apresentador de TV e até mesmo um governador.

     Lutar sozinho contra um sistema, apenas produz mártires. E estes, como conhecedor da história, digo que nem sempre conseguem destruir o maldito sistema. Tem exceções: O Pastor Martin Luther King Jr, Gandhi e Mandela, são exemplos.

     Mas, na maior parte da história, os mártires são utilizados como propaganda. Favorecendo no final, por incrível que possa parecer, o “diretor”.

     Um sistema possui pernas (é possível ver isso mais claro no meu artigo “As pernas do poder de Edir Macedo”). E estas, precisam estar bem alicerçadas. Um sistema para prosperar precisa se infiltrar no meio econômico, político, comunicação e até mesmo religioso. Do contrário não terá sucesso. Será aniquilado por outro que fica atento a essa regra.

     No Brasil, só um sistema pode destruir outro. O rodízio dificilmente será quebrado. Veja o antigo caso do mensalão, CPI das ambulâncias e por aí vai. Quem pode contra o sistema? “Deus”?

      Hum! Vejam as diversas igrejas que possuem mais do que provas do envolvimento ilícito dos seus líderes com coisas erradas: Lavagem de dinheiro, charlatanismo, roubo e até mesmo assassinato.

       A mídia, sozinha, não derruba. Apenas, como foi falado, outro, mais poderoso, sistema.

      Mas, nós seres mortais, podemos ter esperanças.

        O voto precisa ser livre, consciente e inteligente.

       A mídia precisa ser imparcial.

     Precisamos, como cidadãos, ter uma atitude mais ativa.

      Não estou dando a fórmula para derrubar um sistema. Apenas mostrando como, assim como as minhocas, podemos deixar um terreno mole.

Pedro Henrique Curvelo

Maio de 2011