domingo, 27 de janeiro de 2008


A ÓTICA DE UMA CRIANÇA NA PEDAGOGIA DA VIDA


Na vida existe um paradoxo que eu acho muito interessante. Um ser humano, que um dia foi criança, se torna adulto maduro e educa uma criança. Porém, ao observar como cada um se relaciona com a vida, percebi que o adulto é quem necessita ser educado pela criança. Nesta, a pedagogia do dia a dia parece real e disposta.


O adulto, em alguns momentos, vive mumificado pelos vícios da dura realidade da vida. É preso em si mesmo, nas teias da ansiedade que vai desde uma preocupação com a conta de luz que não foi paga até com o sol que hoje está mais forte. Na cadeia alimentar da existência humana, o homem aprendeu sobre a lei do mais forte, que para crescer e se destacar, boa parte das vezes, se utiliza o caminho da malandragem, do “jeitinho brasileiro”, da filosofia onde “os fins justificam os meios”. O adulto é capaz de morrer em si mesmo, isto é, fica morto mesmo estando vivo. A areia movediça que cauteriza a consciência humana no seu egoísmo, isolamento, lascívia e avareza surgem com os anos de vida de um homem sem ele mesmo perceber.


Quando olho para uma criança parece que vejo um outro mundo, pois vejo uma outra relação. Mas que ironia... é o mesmo trajeto histórico do tempo e espaço da vida humana na terra. Se você analisar bem, irá perceber que o sorriso de uma criança consegue mostrar o cálcio da felicidade, mesmo que a criança não tenha ainda todos os seus dentinhos..rsrsrs


A criança consegue mostrar leveza com a vida, até mesmo com a morte. Ela tem a capacidade de desfrutar de qualquer coisa, tudo é motivo para rir e brincar. Uma vez, uma grande amiga estava no banco e observou um casal estressado (novidade! Quem nunca se estressou em um banco?) com a demora do atendimento. As crianças que estavam com o casal ao invés de serem envenenadas por aquele comportamento, começaram a correr pelo banco e a brincar, e elas riam e riam muito com isso. Afinal, se estresse adiantasse alguém na fila, até valeria a pena.


Dificilmente se ver uma criança reprimindo os seus sentimentos. Quando ela está triste, simplesmente chora. Quando está com raiva, simplesmente grita e faz cara feia. Quando quer algo, simplesmente pede. Quando está com sono, simplesmente dorme. Simples assim!... rsrsrsr


Tenho muito que aprender a viver. Observar as crianças tem sido uma terapia para mim, isso amadurece a minha consciência. Deve ser por isso que Jesus ensinou que para entrar no Reino de Deus devemos ser como as crianças. Leves, simples, livres e alegres. Por fim, encare a vida com os olhos de uma criança, com certeza, ela terá mais graça e riqueza.


LUANA SOARES e PEDRO H CURVELO

JANEIRO DE 2008

UMA REFLEXÃO SOBRE O CARNAVAL


O Carnaval tem diversas origens possíveis, que nos levam a milhares de anos antes de Cristo. A palavra carnaval pode ter a sua origem na expressão latina "carrum novalis", utilizada pelos romanos para abrirem seus festejos. Ou talvez na palavra "carnelevale", que significa "adeus à carne", em dialeto milanês, uma referência ao início da Quaresma cristã.

No Brasil é a principal festa popular, sendo o Rio de Janeiro o estado com maior destaque. Muitas pessoas se dedicam o ano todo - e eu já conheci algumas – para essa festa da carne. Já vi pessoas pegarem empréstimo para poder curtir esses dias mágicos e depois ficarem o ano todo endividadas. Lembro-me de uma vez que sai do Jornal O Globo, local onde eu trabalhava, e vi pessoas às 08:00h aproximadamente dançando bêbadas no centro do Rio. Ao observá-las, quase pisei em um homem que estava dormindo no meio da rua totalmente embriagado.

No carnaval não há repressão. É período onde o enredo dos desejos é maior do que o da consciência. O Rio convoca a todos para verem as luzes dessa festa, mas se observarem os bastidores veremos que não há motivo de festa. O problema da violência, o descontrole urbano e as deficiências dos hospitais públicos revelam o verdadeiro Rio sem máscaras.

No que diz respeito ao ser humano, esse prefere tirar férias para a alma. Esquecer os problemas, tomar “uma”, dançar, curtir e se “alegrar”. Mas que tristeza! Os quatro dias não são eternos, a quarta-feira de cinzas vem não para purificar (Ora, purificar o quê?), e sim, para trazer para a alma a dor da realidade. E nesse ilusionismo festivo, muitos sofrem conseqüências: Acidentes de trânsito ocasionado pela embriaguez, dívidas, crescimento do número de meninas grávidas precocemente. Aí percebem – como canta a banda gospel Código C – que nem tudo é carnaval.
Nisso reflito e digo: Como eu sou no carnaval? Eu sou o mesmo antes, durante e depois. O que eu diria para você? Digo o que o Projeto Vida Nova de Irajá diz: “Com Jesus é festa e alegria por toda a vida e não apenas por quatro dias”. Você não precisa se enclausurar e fugir da realidade, e nem utilizar o carnaval como válvula de escape. Você pode viver sempre uma festa em seu interior. Festa essa que representa vida, avanço, saúde, amor e gratidão para com os dias que se está vivo. Sendo assim, digo que é nessa escola que eu pertenço e me deixo levar todos os anos: A escola da Vida.


Pedro Henrique Curvelo

JANEIRO DE 2008

OS POVOS “BÁRBAROS - SELVAGENS” DO SÉCULO XXI

A prepotência do Antigo Império Romano em querer romanizar o mundo fez com que os povos que não falavam o latim e tinham um sistema social e costumes diferentes dos romanos e dos gregos, fossem taxados como bárbaros. Ser um bárbaro (do latim Barbaru) é ser cruel, sem civilização e selvagem. Essa definição, apesar de pesada era designada para aqueles que não seguiam o modelo romano e grego.


Nos dias de hoje, o atual Império Romano, Os Estados Unidos, com o seu impulso imperialista vive a sua missão "messiânica" de democratizar o mundo, ou de americanizar os povos. Com isso, aqueles que não seguem o modelo do “grande império” são, muitas vezes taxados como terroristas. Ou no entendimento dos antigos romanos de bárbaros.


Esse etnocentrismo dos EUA com relação à cultura islâmica não concede o respaldo para a inferiorização. Os países mulçumanos, diferentes do nosso, tem a política entrelaçada com a religião. Uma afronta ao sistema de governo é encarada como uma guerra santa. No entanto, para os ocidentais a religiosidade nem vem à mente nesses conflitos políticos. Recentemente li uma carta do presidente do Irã ao Bush. O conteúdo é apenas religioso, na maioria das vezes se falava apenas de Alá.


Com o aspecto religioso "vulcanizado", qualquer ameaça deixa os grupos islâmicos mais radicais aflorados nessa "guerra santa". Por trás dos "fantoches-homens-bombas" existem os cérebros políticos que utilizam a massa religiosa para fortalecer os seus interesses. E nessa questão, é claro que a bandeira que querem defender não é bem a bandeira de Maomé, e sim, a bandeira econômica, para ser mais claro, a do petróleo. Mas, independente dos motivos não aceitam o novo sistema de "romanização" com estilo americano.


Nesse jogo, as peças que são prejudicadas são as famílias que perderam os seus em uma guerra e homens que se suicidaram por um ideal totalmente utópico. Por fim, eu me pergunto como será o final? Quem é o verdadeiro bárbaro da história? De quem será a vitória? Se será da águia americana com instinto romano, ou dos bárbaros-terroristas, eu simplesmente não sei. Derrepente ninguém ganhe e acabe dando empate. Assim, o suspense dessa novela continue sem data para o último capítulo.


PEDRO HENRIQUE CURVELO

JANEIRO DE 2008