A relação entre política e religião é literalmente a
figura do lobo se vestindo de ovelha. A peculiaridade nesse caso é a
indefinição de quem é lobo e quem é ovelha. É um estado de metamorfose, pois,
em algum momento histórico a política pode usar a religião, outro esta a aquela
e, até mesmo, um defraudar o outro.
É um processo totalmente incoerente. Onde se é capaz de
se sujar com água e se lavar com sangue. Nesse antagonismo poucos enxergam.
Política e religião sempre viveram juntas, no Antigo
Egito eram fundidas onde o líder político (Faraó) era também a encarnação do
divino. Os hebreus se constituíram como nação escolhida por uma ordem divina. Na Europa
Absolutista os reis tinham o selo da eleição divina. E a Igreja Católica
construiu o seu próprio Estado: O Vaticano.
Nessas eleições é possível ver o messianismo político.
Alguns encaram a Marina como a escolhida de Deus, apesar dela ser totalmente
discreta com a sua fé. Dilma sobe no altar do Manuel Ferreira e diz que
"feliz é a nação cujo Deus é o Senhor". O PSC lança um candidato que
é pastor.
Os religiosos querem garantias contra o "kit gay",
obrigação da inclusão da bíblia em bibliotecas, mas, não protestam contra a
corrupção. São capazes de se calar diante, por exemplo, dos escândalos de
corrupção do PT para garantir favores políticos, como concessões na televisão e
rádio. Conseguem fazer uma oração abençoando Arruda em pleno ato de corrupção. Se vendem por pouco. De fato, conseguem "engolir um camelo e se
engasgarem com uma mosca".
Existem momentos onde essa relação é quebrada. Como na época de Jesus, onde alguns esperavam que
ele reivindicasse o poder político e religioso. No entanto, não o fez. Deixou
"César" de um lado e o "templo" do outro lado. Seguiu apenas o seu caminho.
Nossas estruturas sociais não separam o político da
religião. Mas, nas nossas consciências poderemos fazer esse divisor. Preservando a nossa
relação com o Sagrado e encarando as questões políticas na ótica do
racionalíssimo político. Assim, nossa fé será verdadeira em nós e nosso lado
político amadurecido em conhecimento e atitude.
Pense nisso!
Pedro Curvelo
Agosto de 2014
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