A crise na política que vivemos
atualmente é apenas uma ponta do Iceberg.
Ela gerou uma crise econômica agressiva.
Os músculos da nossa produtividade estão enfraquecidos. De um lado, a força do
trabalho de alguns, do outro as “pedras de decoração” que estão na máquina
pública, cujo custo pesa demais na balança e desequilibra. Além de atrapalhar os funcionários públicos que trabalham com zelo.
Aqueles que ainda trabalham,
precisam sustentar os fantasmas dos cargos comissionados, a legião de políticos
em Brasília, pagar sindicatos, pagar uma alta carga tributária e pagar a
iniciativa privada por serviços que deveriam, pela constituição, ser prestados
pelo órgão público.
Não se trabalha para construir um
patrimônio ou conquistar uma qualidade de vida. Se trabalha para sobreviver.
Mas, se mergulharmos mais nesse
oceano escuro, iremos perceber que além da política e econômica, temos uma
outra crise: a moral.
Os políticos são uma fração do
que é a sociedade. Uma sociedade corrupta gera políticos corruptos. Fraudamos a
marcação de ponto na empresa, mentimos para os nossos familiares, colamos na
escola, compramos diploma, fraudamos balanços contábeis, pagamos o “cafezinho” em uma blitz policial, pagamos
o agente público para agilizar, ou melhor, apenas para seguir com um
procedimento que era responsabilidade dele mesmo.
Nossa humanidade está em crise.
Nos bestializamos e nos tornamos insensíveis diante das barbáries do dia a dia.
Uma jovem morre ao chegar no Rio de Janeiro
por uma bala perdida e nos acostumamos.
Uma adolescente é estuprada por
30 homens e levantamos um juízo de valor contra a adolescente. Um comentário na
internet dizia: “Se estivesse na igreja,
isso não teria acontecido”. Loucura!!!
Aceitamos uma “marcha para Jesus”
feita por pastores que apoiam políticos corruptos e ficamos calados. A lã das
ovelhas é roubada e elas não choram.
Uma mulher é acusada no Facebook,
sem provas, de que fazia sacrifícios de crianças e que era bruxa. O povo, sem
apurar, se bestializa e espanca a mulher na rua até a morte. Ironicamente, a
mulher era mãe e cristã.
Há muitas feridas abertas na
nossa terra. Há muito sangue inocente que clama por justiça.
Até onde isso irá?
O lado bom da crise é que ela
gera o novo! Uma nova geração mais politizada, mais ética, mais empreendedora,
mais zelosa, mais humana e mais inteligente.
Essa tem que ser a nossa esperança.
Pois, ou evoluímos ou afundamos de vez.
Pense nisso!
Pedro Henrique Curvelo
Maio de 2016
imagem: https://www.linkedin.com/pulse/brasil-de-crise-em-olivia-bulla