terça-feira, 30 de outubro de 2012
O SORRISO DE UMA DEUSA MENINA
O sorriso de uma deusa menina
Os humanos carregam dentro de si fragmentos daquilo que é divino. Somos mortais, mas por dentro, carregamos o reflexo daquilo que É.
Ela é assim! Carrega no interior o legado do belo da sua criação. Homem que sou, sou explorador dos seus olhos, onde cada piscar dos seus cílios vejo a dimensão da sua beleza.
Ela é assim! Com a simplicidade do seu sorriso, mostra a realeza da sua essência. Homem que sou, reverencio tal imponência.
Ela é assim! Com a maciez dos seus lábios, me torna frágil diante da libido que é proporcionada. Homem que sou, consinto na fragilidade, como menino, me coloco indefeso. Tudo para viver a fantasia.
Seu beijo e abraço transporta o homem que sou a um mundo paralelo, mundo de contos e fantasias. Nessa dimensão, bebo o vinho do Olimpo. A embriaguez que rejuvenesce.
Até quando ela estará presente? Eu não sei. Afinal, a mulher não é fruto de Cronos, ela é fruto da costela de Adão. Que vem e preenche. Ou então, vem e deixa.
Homem que sou, prossigo em conhecer e ser conhecido pela deusa-menina, humana-mulher.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
DEMANDAS DE UM AMANHÃ QUE PODE NÃO CHEGAR
Demandas de um amanhã que pode não chegar.
A gratidão do instante chamado agora que não é confessada.
Como a Sabedoria um dia falou: "Nós tocamos flauta, mas vocês não dançaram. Falamos de lamentações, mas vocês não choraram."
O que a alma sufocada deseja?
O que as profundezas de um interior cada vez mais recalcado quer confessar?
As ondas do mundo e seus sistemas, te levaram para mais longe daquilo que você realmente é.
Quem é você? Uma vez que você nunca confessou o seu próprio nome.
Eles dividiram o seu eu. Dividido, você não tem conexão. Assim nunca irá descobrir o elo do verdadeiro ser.
Sejamos um! Falou a Sabedoria.
Mas como ser? Forasteiro você se transformou no extremismo do ter.
Corpo estático, mente agitada.
Você se afunda nesse oceano como uma estátua, sem expressão de reação.
Mas, no esquecimento, observamos uma lágrima. Lágrima essa que irá conduzir às ruínas. Ruínas que levam ao fim.
Fim que leva ao encontro. Encontro que leva ao Renascer.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
CONFISSÃO DE UM OGRO/TROLL: Mosán Santos
Porque tu partis
Como não se imagi
sou um poe
Muito mais tris
Porque fos
Destruiu o ver
Virou-
Ao inver
Não meço minha métri
Atravesso meu rit
Não ressoa minha sonorida
Só uma rima
Meu coração consola
Dor com saudade
Mosán Santos
Outubro de 2012
(Fim do MBA em Gestão de Projetos - FGV Nova Iguaçu)
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
MULHERES, VINICIUS DE MORAES E ROMEU
Já chorei por amores não correspondidos
Já me empolguei com amores imaginários
Já me queimei com fletes da paixão
Já sonhei com o retorno de uma musa
Já fantasiei fantasmas
Já disse não que depois virou sim
Já escutei uma madrugada inteira
Mas também já desliguei o telefone
Já sonhei, mesmo escutando Elis Regina catando que "viver é melhor do que sonhar"
Já vivi amores intensos e finitos
Mas também vivi paixões infinitas com "manequins" de loja.
Trabalhei para construir poemas, criei canções que ela nunca escutou, ou pelo menos se fez surda
Vivo a liberdade de Vinícius de Morais ao mesmo tempo que vivo a prisão de Romeu
De uma mulher, você e eu podemos até possuir o corpo, mas jamais iremos nos apropriar da imensidão complexa de sua mente/alma
Vivemos constantemente nos andarilhos dos desejos práticos da carne e das ilusões e fantasias da alma
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
DEUS DA GUERRA
Em toda a história da humanidade sempre foi associado uma conquista de um povo sobre o outro como a vitória de um deus sobre o deus do povo derrotado.
Se um povo vence é a prova de que o deus que servem é o verdadeiro e o do outro é falso ou mais fraco. Ou então, se servem ao verdadeiro deus e perdem é porque não estavam fazendo os sacrifícios devidos.
A história dos hebreus mostra isso, dos egípcios, do babilônicos, dos gregos e a nossa também. Não percebem que por trás dessa parceria militar com o divino está uma seqüência de genocídio, roubo e exploração.
Na música do Renato Russo se encaixa muito bem a expressão: "Deus está do lado de quem vai vencer".
Na Idade Média se um povo cristão vencesse um outro cristão, era consequência de quem recebeu a benção papal. O horror da noite de São Bartolomeu, foi a luta de um "deus" sem imagem contra um "deus" com imagem.
Na cruzada o deus cristão venceu o deus muçulmano. Depois perdeu.
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Se a África viveu e vive em constante miséria e guerra civil é por causa das entidades espirituais que a dominam. Se esquecem que é consequência da desorganização, roubo e exploração que os povos europeus "cristãos" deixaram de herança.
Na Guerra Fria, "Deus" ajudou o capitalismo contra o ateísmo do comunismo.
Hoje continua a mesma coisa. Por exemplo, por causa de um vídeo difamador contra o profeta Maomé, extremistas islâmicos querem levantar uma guerra santa.
A trindade maléfica que assola a raça humana é composta pela Política, Violência e Extremismo Religioso.
A verdade é que o ser humano constrói os seus deuses para justificar sua avareza, ganância e loucura. Quando o correto era associar a figura do Divino com o bem, a ajuda ao próximo e a justiça.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
LETÍCIA GOSTA DE MENINAS
Primavera de um ano qualquer, nasce Letícia em uma família onde no DNA tinha uma parte dos beberrões e outra dos religiosos. Nunca lhe faltou nada, seu pai e sua mãe sempre trabalharam fora e seu irmão caçula vivia mais no quintal que dentro de casa.
Entre as obrigações do colégio, reflexões sobre o mundo e sobre ela.
Um pai divertido, uma mãe durona, seu irmão no quintal, no final, tudo terminava na bebida.
Os anos se passavam, o véu do mundo se abria cada vez mais para Letícia, sua virgindade intacta e seu irmão ainda brincando no quintal.
Primeiro beijo, 16 anos. Do menino de 17 anos também era. Afobado, tirou a força a roupa de Letícia. Pensava que era igual as embalagens de brinquedo que ganhava quando criança.
Letícia teve medo, o garoto, depois de algumas tentativas, achou o bendito "buraco".
Para Letícia, uma dor insuportável, para o garoto, o certificado de homem.
Letícia seguiu o seu caminho, entre culpa e prazer, começou a beijar garotos e garotas.
Esperou fazer 18 anos e rasgou a confissão do coração: Gosto de meninas!
Da sua mãe apanhou bastante, como se muita porrada fosse colocar a opção sexual no lugar "certo".
Do seu pai um carinho e uma bebida.
Do seu irmão, nada! Pois ainda estava no quintal brincando.
Agora, entre meninas e meninas, Letícia vai tentar construir um falo interior para ver se, de fato, cria a independência do pênis de um macho.
Ela se sente melhor. Apesar de não ter certeza se segue o espírito de Gynos ou o de Androgynos.
Por enquanto vive! Já seu irmão, continua no quintal.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
SEU FANTASMA AINDA CANTA
Com ou sem você o vislumbre é o mesmo.
Garota de uma terra distante. Do seu lado estou, mas você não diz nada.
Já falam da nossa história, mas o início ainda não escrevemos.
Uma noite, uma cama. Uma paixão avassaladora nos tomou, chegamos ao ápice do gozo, onde dois corpos se tornam um.
Uma manhã, uma cama. O desconforto do toque, uma estranheza no olhar.
O vinho que bebemos na noite anterior, gerou mal-estar e a taça quebramos.
Sei que é verdade que nenhum grande navegador seria capaz de explorar a sua alma, mas eu arrisquei. Suas ilhas explorei.
Mas, dessa expedição só recebi memórias e um fantasma.
Seu vulto aparece, sempre com a mesma canção. Te vejo reencarnada em vários rostos, no entanto, são só miragens.
A canção continua, a estrofe se repete. Calmamente espero. Uma hora acaba.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O LADO MENINA DE NATASHA
Depois do expediente do trabalho, vestida com roupa social preta, da sua bolsa, Natasha tira sua agenda rosa. Agenda que momentos que vira um diário. Entre registros de compromissos, contas a pagar, há também corações desenhados, desabafos escritos e desenhos de bonecas.
Totalmente mulher, simplesmente menina. No amor, ela sabe que não há príncipes encantados. Ela sabe que homens são encontrados na jornada chamada vida, o permitir se revelar, o permitir conhecer. Mas, há em paralelo as expectativas afobadas, sonhos de uma família que são fragmentos das suas brincadeiras com as bonecas.
O duelo do belo e feio, ela sabe que é relativo. Desafio para seguir o seu coração ou aquilo que o mundo colocou como padrão.
Que variação de sentimento, Natasha!
Quando criança, medo de ser adulta.
Quando adulta, aliviada pela satisfação da independência.
Quando criança, sonho de voar.
Quando adulta, medo de cair.
Infância e vida adulta, são fases que o tempo rege em parte, pois a outra, a magia conduz. E esta, sempre esteve com você, Natasha.
Pedro Henrique Curvelo
Outubro de 2012
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