Ela sabia qual era a fraqueza
dele.
Ele, ao som da música, tentou
seduzi-la. No entanto, a sombra do corpo de Sabrina, escultural e místico,
cativou a sua libido.
Era de se esperar. Sua inclinação
para a carne, o tocar em cada parte do seu corpo, a maciez dos seios dela, o
levaram a dualidade antagônica da sua masculinidade.
O instante em que a ampulheta
paralisa e a virilidade da sua juventude renasce.
O som prosseguiu entre o mar e a areia da praia. O instante em que a
seriedade do espírito deu lugar à pulsão da carne.
Ele não imaginava onde isso
poderia leva-lo. Mas, decidiu colocar de lado a racionalidade da vida adulta.
Era
apenas um instante, a música jamais iria se repetir. O duelo entre o instinto
de viver e o instinto da morte. Onde Eros estabelece morada em qualquer psique.
O encontro sexual é uma evolução.
Uma torrente em sentido contrário, onde coincide em um só momento: O toque, a
penetração, o beijo e o aperto.
No sexo, leveza e agressividade
se harmonizam. Uma combinação de acorde em uma só harmonia.
Ele pensou que estava no
controle. Mas Sabrina sabia que o gozo era o descontrole da razão/moral/tempo.
Um instante onde não apenas o esperma petrifica, mas os sentidos também.
A imponência do seu falo se
rendeu a embriaguez da vulva de uma mulher: Sabrina.
O corpo de Sabrina se tornou um
monstro. Ela em sua própria sensualidade se possuiu.
Para ele foi o fim. A intensidade
de um mergulho o machucou no fundo.
A verdade é que Sabrina nunca
existiu! A prostituta do mar sempre foi uma miragem.
Mas, ele já era velho. Aceitou a
utopia de uma realidade que nunca existiu. As curvas e a maciez de Sabrina o
proporcionaram a vivência do início e do fim. O ápice do seu gozo.
Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2012