quarta-feira, 9 de novembro de 2011

UM HOMEM, DUAS MULHERES


Um olhar de desejo, um olhar de paixão.


Se forem os olhos a candeia do corpo, então carrego dentro de mim a dualidade paradoxal entre o desejo e o amor.

Tem momentos que penso que foi por isso que Deus criou o homem com dois olhos, a coexistência do yin yang.

Da projeção do horizonte contemplei o seu cabelo. Tão sacro e belo que Medusa iria solicitar um duelo.

Seu rosto angelical me trouxe avidez em viver, explorar cada instante.

Sou eu um amante... Sou eu um sonhador.

Mas e a outra? Versão feminina de Jano. Com seu corpo desperta volúpia, a única que pertence aos homens da “terra”. Desejar-te agita um vulcão que quer um momento, quer um gozo e quer um fim. Do singular o limiar. O mergulho que leva a morte. Por qual motivo não desejar? Será que a morte não é uma premissa para a vida?

Diante das duas, sou apenas um.

Sou anjo para uma, demônio para a outra. Enfim, sou Um Humano.



Pedro Henrique Curvelo

Novembro de 2011

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