quinta-feira, 23 de junho de 2011
SÉRGIO CABRAL e a burrice do sistema de cotas
É muito complicado para o ser humano aceitar o outro ser humano como “semelhante”, “igual”, mesmo “mortal”, mesmo homo sapiens.
Ao longo da história o homem quis estabelecer diferenças. No Brasil colônia, por exemplo, tinha o princípio da “pureza de sangue”. Impuro eram os cristãos-novos (judeus), negros, índios e mestiços.
Hitler quis estabelecer a superioridade da raça ariana.
O apartheid na África do Sul com a divisão entre negros e brancos.
A ignorância e orgulho nos tomaram a tal ponto que nos esquecemos de que quando morremos, vamos todos para o mesmo buraco.
Mudamos com o passar da história? Nem tanto.
Nos dias atuais vivemos o estabelecimento da Cota Racial. Medida governamental que cria uma reserva de vagas em instituições públicas ou privadas para classes sociais mais desfavorecidas.
Um adolescente branco vai fazer vestibular e se depara com 20 vagas em um determinado curso, 10% para negro, 20% para índio e por aí vai...
É piada!
Porventura não somos todos da mesma raça? A humana?
O que mudou? Antes, determinadas classes eram discriminadas, hoje são tratadas como coitadinhas, porque precisam ser atendidas com vagas especiais.
Isso é ridículo!
Há poucos dias, 07 de junho, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, autorizou a publicação do decreto nº 43.007 que reserva para negros e índios 20% das vagas em concursos públicos destinados aos órgãos do Poder Executivo e entidades de administração do Estado do Rio de Janeiro.
Cabral ainda falou: “só desta maneira vamos, de fato, construir uma nação absolutamente desenvolvida”.
Não Cabral! Dessa maneira iremos sustentar uma burrice histórica. Em um concurso público não há discriminação para negro e índio. O que existe é a diferença entre o que estudou e o que não estudou.
Entre os que estudaram estão: brancos, negros, índios, ou seja, seres humanos.
Afirmo que tal medida fortalece o inconsciente do “coitadinho”. “Hum... aquele negro não teve a oportunidade de estudar em uma boa escola, vamos fornecer para ele uma vaga no funcionalismo público”.
Ora, se não teve oportunidade de estudar em uma boa escola, a culpa não é do “branco”. E sim, do Estado. Que o Estado invista na melhoria do sistema educacional.
Esquece-se de que existem muitos “brancos” pobres? Eles é que serão prejudicados.
Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), falou algo interessante sobre esse assunto: “O que o governo deveria fazer é melhorar o sistema e o acesso à educação. O problema dessas cotas é simplesmente dizer que não quer resolver o problema da educação”.
Cabral! Não há diferença entre branco e negro. O que existe é a falta de eficiência da máquina chamada “Estado”.
Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2011
sábado, 18 de junho de 2011
A CONCILIAÇÃO DO TEMPO-SER
A luz da alvorada o fez se levantar do monturo.
Ele era apenas um mortal. Do comum, em sua angústia mergulhou.
Sua mente, agitada, não permitia que o seu corpo dormisse.
Ele sofreu e se frustrou. O que sonhou, não vivenciou.
Para ele o arquétipo da vida era Jano. Duas caras, de um lado anjo, do outro um demônio.
As polaridades da vida fizeram sua alma se embriagar e se afogar em sua própria dimensão. Um processo em ser magnetizado, se afastando e atraindo ao mesmo tempo no objeto chamado Eu.
Ânimo dobre, homem comum.
A noite o visitou e o enfeitiçou. Resignado, aceitou o golpe. “O que tem de ser tem força”. Um sofisma que Raskólnikov um dia escutou.
Na alvorada, aquilo que era o fôlego, fragmento do Eterno, o tomou. Ele se levantou, se renovou e abriu os olhos.
Com passos firmes andou sobre a terra. Marchou. A vivacidade o tomou.
Decidiu avançar, em seu interior gerar, na quarta dimensão visualizar o triunfo. Ele passou a entender que a glória estava em suas mãos.
Como leão, feroz se tornou. Sua natureza passou a ser impetuosa.
Por fim se levantou. O que foi coadunou com o que é. A conciliação do Tempo-Ser.
Ele passou a ser. O ser evoluiu. Se metamorfoseou no processo místico chamado vida.
Junho de 2011
Pedro Henrique Curvelo
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