sábado, 13 de março de 2010
ESTÁTUAS DE SAL CEGAS
Senhor, vejo vultos pelas ruas.
Verdadeiros zumbis. São coisas e são invisíveis.
As pessoas passam e por sorte não pisam e não esbarram.
No ativismo do dia a dia, no meu purgatório de alma diário, percebi que são pessoas. Gente como a gente, eles tem um sexo, um nome e uma alma.
Incrível!
Quantos já descobriram isso? Poucos, certamente.
Vivemos em um mundo de cegos e caminhamos para o abismo. Apesar de termos cultura e dinheiro, a cada dia nos transformamos em estátuas de sal.
Longe deles, longe de Deus e do verdadeiro significado do evangelho: “Tive fome e não me deram de comer”.
Eles moram pelas ruas, dançam nas fantasias das suas mentes. São sujos, feios e pobres.
Já nós, moramos em belas casas, temos emprego, três refeições por dia e viajamos de vez em quando.
Trancamos-nos em quatro paredes e nos alimentamos de uma espiritualidade utópica. Nosso 10% são direcionados a barganhas com Deus e não no investimento para o Reino de Deus, isto é, o próximo.
Como podemos percebê-los nas ruas, sem em casa não os percebemos.
Que Deus tenha misericórdia de nós: estátuas de sal cegas.
PEDRO HENRIQUE CURVELO – 14/03/2010
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