sábado, 13 de março de 2010
ESTÁTUAS DE SAL CEGAS
Senhor, vejo vultos pelas ruas.
Verdadeiros zumbis. São coisas e são invisíveis.
As pessoas passam e por sorte não pisam e não esbarram.
No ativismo do dia a dia, no meu purgatório de alma diário, percebi que são pessoas. Gente como a gente, eles tem um sexo, um nome e uma alma.
Incrível!
Quantos já descobriram isso? Poucos, certamente.
Vivemos em um mundo de cegos e caminhamos para o abismo. Apesar de termos cultura e dinheiro, a cada dia nos transformamos em estátuas de sal.
Longe deles, longe de Deus e do verdadeiro significado do evangelho: “Tive fome e não me deram de comer”.
Eles moram pelas ruas, dançam nas fantasias das suas mentes. São sujos, feios e pobres.
Já nós, moramos em belas casas, temos emprego, três refeições por dia e viajamos de vez em quando.
Trancamos-nos em quatro paredes e nos alimentamos de uma espiritualidade utópica. Nosso 10% são direcionados a barganhas com Deus e não no investimento para o Reino de Deus, isto é, o próximo.
Como podemos percebê-los nas ruas, sem em casa não os percebemos.
Que Deus tenha misericórdia de nós: estátuas de sal cegas.
PEDRO HENRIQUE CURVELO – 14/03/2010
sábado, 6 de março de 2010
UMA CRÍTICA ÀS “PESSOAS DO MUNDO”
UMA CRÍTICA ÀS “PESSOAS DO MUNDO”
Antes de criticar as “pessoas do mundo”, quero criticar a interpretação que se tem desse termo. A religiosidade configurou um arquétipo que diferente do ser humano se constitui naquilo que chamamos de “santo”, “correto” e o “verdadeiro homem religioso”, mas que nunca conseguimos viver nele plenamente. Quando uma pessoa abre sua mente para receber essa configuração, ela passa a se constituir numa pessoa hipócrita e doente.
Muitos evangélicos usam termos como:
“As pessoas do mundo fazem isso e aquilo, nós não devemos imitá-los”.
“Não devemos nos misturar com a pessoas do mundo, pois um dia seremos arrebatados e deixaremos essa terra.”
A partir dessa ignorânia é estabelecido duas categorias sobre o ser humano: Os do mundo e os da igreja.
Ora, são os crentes extraterrestres?
É possível existir dois mundos, o real e o paralelo?
Todos nós somos pessoas do mundo, seres humanos, terra onde o sol nasce tanto para o justo como para o injusto, tanto para “crente” como para o “macumbeiro”.
Jesus não fez separação entre os religiosos e as “pessas do mundo”. É por isso que ele passou mais tempo com prostitutas, pescadores e publicanos do que com os fariseus e saduceus.
A crítica de Jesus foi contra o espírito desse mundo. Espírito esse que deforma a humanidade de uma pessoa até torná-la em uma espécie de demônio.
Somos todos iguais.
Paulo mesmo disse que para Deus não há diferença entre judeu e grego. Quando tentamos criar classes especiais, favorecendo uma em detrimento da outra, nos assemelhamos a Hitler que fez diferença entre arianos e o resto (judeu, russo, negro e por aí vai...).
Quanto às “pessoas do mundo”, também faço a minha crítica. Pois, estes também veem os crentes de forma diferente. Sim! Seja com preconceito, ou cobrando uma moral que eles também não seguem. Alguns quando percebem um evangélico fazendo algo humano, criticam e se assustam.
Se um evangélico escuta uma música que não é gospel, é criticado por outros crentes e por algumas “pessoas do mundo”. Ora, é estranho escutar uma música que não seja do seu planeta.
Se um evangélico bebe um taça de vinho (com moderação), logo escuta dos crentes e das “pessoas do mundo”:
“Ué! Você não é crente?”
Se um evangélico gosta de um pagode ou forró e escuta de uma forma saudável que não contraria os seus valores, corre o risco de escutar:
“Hum! Deixa o seu pastor saber disso”.
Estes exemplos mostram a ignorância que se estabeleceu como sofisma na mente das “pessoas da igreja” e das “pessoas do mundo”.
Assim, aqui fica a minha crítica. Espero que você que me ler entenda que somos iguais. Somos humanos e o evangelho de Cristo veio para ser germinado na consciência de cada humano. Pense nisso.
Pedro Henrique Curvelo
Março de 2010
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