sexta-feira, 14 de julho de 2023

O PORTAL


Os olhos azuis dela foram o portal para a compreensão

Sua voz fez a respiração se acalmar

Seu canto fez os músculos relaxarem

A verdade é que ele nunca se sentiu em casa dentro da própria casa

Sua origem era trabalho, estado de alerta, socorrer os seus e sobreviver. Uma noite sem gritos e choro era uma bonança

Sua dor e culpa foi perceber que para a sua semente aparentemente não conseguiu tal êxito

Suas lágrimas levam a confissão diante dAquele que sonda os rins e o coração. DAquele que ama a verdade no íntimo. Essa era a sua dor

Mas é aquela grande sabedoria: Diante de um trauma e uma dor você tem duas escolhas: Militar contra. Ou propagar a dor e o trauma. No final você escolhe. Ironia da existência onde o livre arbítrio se manifesta para uns no ínício e para outros no fim. Nesse meio, você tem a escolha: Do chorar, lavar o rosto e ressignificar

Sabemos que existem muitas moradas sendo preparada. Até que, por fim, poderemos suspirar e de braços abertos entregarmos o nosso espírito para Aquele que É. Porém, podemos fazer um estágio nesse plano. Do respirar e soltar. Onde o sol gera sua energia, onde o vento revitaliza. Onde a semente entende que essa é a sua herança (quem lê, que entenda)

Por fim, o Portal se fecha diante da beleza do feminino, mas sua doce voz, seus olhos e sorriso continuam na memória. Onde seus cabelos  possuem o cheiro das flores. Onde seu calor gera um descanso. Uma pausa... Depois de levar a energia ao êxtase. Onde o suspirar leva ao despetar como a erupção de um vulcão 

Com a conciência de que no caminhar somos todos filhos do Vento. Ou nascidos dAquele grande sopro (quem lê que entenda).

Pedro Henrique Curvelo

Julho de 2023

sábado, 1 de julho de 2023

Bolsonaro Inelegível. O que muda no jogo político?



 Jair Bolsonaro ficará inelegível por oito anos. Uma derrota por 5 a 2 onde o principal argumento foi a reunião com os embaixadores em julho de 2022 para falar do sistema eleitoral. Mas, a pergunta que fica é como ficará o jogo eleitoral depois disso.

É fato que Bolsonaro será agora um cabo eleitoral. E de grande peso. Usará o discurso de perseguição e fortalecerá aquele que será o seu sucessor. Da mesma forma que Lula fez com Haddad nas eleições presidenciais de 2018. O ponto é que toda sucessão sempre tem crise e rupturas. Isso desde a sucessão de Alexandre O Grande com a fragmentação do Império Macedônio até o Brasil em pleno século XXI.

Por um lado temos Tarcísio em São Paulo, que atende não só a ala bolsonarista, como também os moderados. Do outro lado temos Zema em Minas. Este se tiver alguma pretensão ao Planalto terá que abrir mão do Novo e migrar para outro partido para conseguir tempo de Televisão. E temos também a possibilidade de Michelle Bolsonaro ser a escolhida. Além de esposa do Capitão, também tem uma boa entrada na ala religiosa entre os evangélicos. Qualquer que for a decisão de Jair, irá dividir um pouco a direita em um primeiro turno e consolidar em um segundo turno.

Quem perde é o PT. Pois tanto Lula como Bolsonaro cresceram por causa do discurso da polarização. Essa estratégica consiste em ter um inimigo único. Exemplo: Na Guerra Fria, o inimigo era externo e era a União Soviética. Na Alemanha nazista o inimigo que consolidava todas as desgraças nacionais eram os judeus e assim por diante. Sem Bolsonaro, não fará muito sentido colocar holofotes no ex-presidente. Primeiro que agora o PT terá que dividir os ataques: Zema, Tarcísio e Michelle. Dividir ataque gera desgaste. E quando o sucessor for formalizado, não vai adiantar atacar muito o padrinho do candidato. 

Por fim, para o jogo democrático o efeito é a queda da polarização. Isso torna o sistema eleitoral mais coerente e racional. Ao invés de potencializar o messianismo político com beatificação de um candidato e a demonização de outro.

Pense nisso.

Pedro Henrique Curvelo

Julho de 2023