Os olhos azuis dela foram o portal para a compreensão
Sua voz fez a respiração se acalmar
Seu canto fez os músculos relaxarem
A verdade é que ele nunca se sentiu em casa dentro da própria casa
Sua origem era trabalho, estado de alerta, socorrer os seus e sobreviver. Uma noite sem gritos e choro era uma bonança
Sua dor e culpa foi perceber que para a sua semente aparentemente não conseguiu tal êxito
Suas lágrimas levam a confissão diante dAquele que sonda os rins e o coração. DAquele que ama a verdade no íntimo. Essa era a sua dor
Mas é aquela grande sabedoria: Diante de um trauma e uma dor você tem duas escolhas: Militar contra. Ou propagar a dor e o trauma. No final você escolhe. Ironia da existência onde o livre arbítrio se manifesta para uns no ínício e para outros no fim. Nesse meio, você tem a escolha: Do chorar, lavar o rosto e ressignificar
Sabemos que existem muitas moradas sendo preparada. Até que, por fim, poderemos suspirar e de braços abertos entregarmos o nosso espírito para Aquele que É. Porém, podemos fazer um estágio nesse plano. Do respirar e soltar. Onde o sol gera sua energia, onde o vento revitaliza. Onde a semente entende que essa é a sua herança (quem lê, que entenda)
Por fim, o Portal se fecha diante da beleza do feminino, mas sua doce voz, seus olhos e sorriso continuam na memória. Onde seus cabelos possuem o cheiro das flores. Onde seu calor gera um descanso. Uma pausa... Depois de levar a energia ao êxtase. Onde o suspirar leva ao despetar como a erupção de um vulcão
Com a conciência de que no caminhar somos todos filhos do Vento. Ou nascidos dAquele grande sopro (quem lê que entenda).
Pedro Henrique Curvelo
Julho de 2023