Ela foi estuprada.
"Mas cara! Olha a roupa que ela estava usando. Estava pedindo".
Ela foi promovida no trabalho.
"Com certeza deu para algum grandão"
O tio abusou da sobrinha menor de idade, filmou e jogou o vídeo na internet.
"Eu vi. Pequena e já gostosinha"
Ela é prostituta. Com o dinheiro que ganhou teve que dar a metade para o cafetão e ainda apanhou dele. Ela queria que o trabalho dela fosse regulamentado para não ter que passar por isso.
"Não devemos regulamentar. Ninguém mandou ser puta"
Fulana! Por que você não termina o namoro com ele? Já que está sofrendo.
"Ele me ameaçou dizendo que se terminar joga a filmagens da nossas relações sexuais na internet e compartilha com meus familiares e colegas".
Você viu o que aquele anestesista fez?
"Eu vi. O cara não perdoa ninguém. Ele colocava a mulherada para mamar dopada. Muito esperto. Queria que alguém compartilhasse o vídeo comigo"
...
As frases acima revelam diversos cenários, mas sempre uma única vítima: A mulher.
Seja menor de idade, seja consciente ou inconsciente, seja mãe, filha, esposa ou amiga.
Algumas situações só sabemos porque hoje em dia temos a facilidade das redes sociais e de um celular que filma. Mas, pensa um pouco quando não tínhamos isso.
É imperativo um basta nos ataques que as mulheres sofrem. É urgente que a sociedade respeite e zele pelo sagrado feminino. Isto é, que o feminino seja curado e empoderado.
Nossas leis e nossas posturas precisam fornecer estrutura e suporte para que a mulher seja livre.
Livre para ir e vir. Livre para usar a roupa que ela quiser, livre para entrar em um relacionamento e sair. Livre para trabalhar e ter uma profissão. Livre para crescer, se for criança, com toda a proteção necessária, livre para entrar em uma sala de parto e só viver a expectativa do filho que virá.
Que nossa legislação e justiça possam ser a cada dia mais eficiente na proteção a mulher.
Quanto a sociedade, que possamos nos espelhar nos funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart que gravaram o anestesista Giovanni Quintella. A responsabilidade é de todos. Denuncie! Ajude!
Por fim, que essa monstuosidade sirva de lição para que possamos evoluir.
Atenção: Se você sabe de alguma coisa contra uma mulher, não se cale. Ligue para o 180.
Pedro Curvelo
Julho de 2022