Hoje tive uma pertubação ao passar pelas redes sociais e me deparar com uma notícia a respeito da morte de um homem, Genivaldo de Jesus dos Santos, por asfixia devido a uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal em Sergipe que saiu do controle não apenas dos protocolos da polícia, mas da sanidade e de todo conceito de moralidade. O incidente saiu tanto do controle que transforam a viatura da política em uma verdadeira câmara de gás.
A demonização das mentes cauterizadas dos policiais impediram de ouvir os gritos de desespero de Genivaldo.
Segundo a família, Genivaldo fazia uso de medicamentos controlados para a esquizofrenia. Com esse diagnóstico já mostra que esse homem já sofria de torturas mentais. Fruto dos seus fantasmas, mistura de delírios, alucinações e desorganização dos pensamentos. No entanto, por infelicidade da vida, viveu uma tortura na prática por aqueles que deveriam zelar pela sociedade.
Quando falamos em câmara de gás, pensamos na época da segunda guerra onde o governo nazista alemão usava essa estratégia para matar milhões de judeus. Pensávamos que essa prática diabólica tinha ficado no passado e que a humanidade evoluiu. No entanto, essa tragédia em Sergipe mostra que ainda está na alma humana. Essa doença em normalizar uma tortura ao ponto de ouvir os gritos de desespero e nada fazer. Esses policiais não apenas sujam o nome da instituição da Polícia Rodoviária Federal, mas também de cada brasileiro.
As autoridades brasileiras tem a obrigação de apurar e julgar com eficiência essa monstruosidade. Não podemos normalizar essa prática. Não podemos fazer a leitura desse tipo de matéria em um jornal e seguirmos nosso dia a dia sem nenhum incomodo na consciência.
Que a alma de Genivaldo possa descansar. Que a morte dele sirva como despertar para que possamos corrigir essas anomalias da nossa sociedade.
"Ninguém será submetido à tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes". Artigo 5º da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Pedro Henrique Curvelo
Maio de 2022