A lei só existe porque não conseguimos ser guiados pelo bom
senso gerado pela consciência.
O princípio “não faça aos outros aquilo que você não quer que faça com você”
deveria ser reavivado em nossas memórias todos os dias.
O incidente com o congolês Moïse revela a depreciação da nossa natureza onde em
um conflito usamos a força para resolver. Ou pior, a covardia porque precisamos de
um grupo para punir, machucar alguém. Meio que para termos uma ereção de
coragem e entorpecimento da consciência.
Temos leis, não precisamos da força. Mais do que isso, temos consciência. Só
isso deveria ser o fator de ponderação.
Mas a força não é má. Ela é necessária em determinadas situações e regidas por
regras. Ela é legítima em defesa própria, de um indefeso ou da sua propriedade.
A morte do congolês revela os excessos e atrocidades que acontecem nos bastidores. Nem sempre há uma câmera filmando. A
filmagem traz a luz a reflexão e a apuração dos fatos. E óbvio, tanto a
apuração como a reflexão não podem ser conduzidas pelo sensacionalismo
político. A mudança tem que ser totalmente estrutural da nossa constituição
como seres humanos.
Que nossa terra possa ter as sementes da justiça, equidade social. Para que
nossa consciência seja lavada pelo senso de respeito ao próximo e que isso reflita
nos nossos processos legais.
Para que assim, o clamor do sangue dos inocentes possa se acalmar.
Pedro Curvelo
Fevereiro 2022