Ele percebeu que seu espírito tinha asas
Mas, a princípio, não ousou em voar
É fato que nem todos estão preparados para a liberdade
Precisam de homens que ditem regras
Precisam de homens que moldem sua espiritualidade
Possuem um medo de sozinhos no escuro acender as luzes do candelabro
Possuem medo do escuro e do silêncio
Precisam de uma overdose de jargões para bloquear o mínimo
da racionalidade e do bom senso
Precisam de uma instituição para moldá-los
Precisam de leis para segurar o bicho que mora dentro deles.
São incapazes de domesticar e seguir o domínio próprio.
Precisam que alguém as controle: Companheiro (a), Pais, líderes
religiosos, leis, o Estado e as instituições
Ele sabe que o dia em que se permitir nascer de novo, seu
espírito, de fato, será livre
Não haverá geografia, não haverá religiões e nem estado
Quando abrirmos mão do feudalismo do nosso sistema mental. E
nos permitirmos um pouco de luz, não seremos vassalos. Nosso trabalho não será
vassalo do Estado, nosso dinheiro não será vassalo de caprichos políticos. Não
terá uma face. Não precisaremos dar a César aquilo que não tem a cara de César.
Nossa fé não precisará ser vassala de nenhum líder religioso. Nossos pés não
serão vassalos de nenhuma geografia.
Será simplesmente guiado pelo Vento. Onde não se sabe de
onde vem e nem para onde vai.
Será oculto. Em oculto desfrutará. Em oculto doará com uma
mão sem que a outra saiba.
Seu espírito será livre.
Aquele que é o Caminho uma vez disse: Tenho muita coisa para
falar, mas vocês não possuem estrutura.
Preferimos as mentiras que parecem verdades. Preferimos os
moldes do que o terror e a dor da construção.
Seguimos andando. Os livres passam por esse mundo, mas não
são dele.
Não possuem nome, mas suas energias germinam a saúde, a
compaixão, a solidariedade.
Se você conseguiu entender é porque o sistema ainda não
conseguiu castrar a centelha divina que mora em você.
Esse texto é uma menção de um amanhã que não sabemos se virá.
Pense nisso.
Pedro Curvelo
Setembro 2021