sexta-feira, 16 de junho de 2017

A PUNHETAÇÃO DA CRISE POLÍTICA



Fora Collor, fora Cunha, fora Dilma, fora Temer, fora o "fora" e fora qualquer coisa!
Essa punhetação do nosso discurso diante da crise política gera cansaço. Fadiga para a nossa paciência, economia e política. Temos o péssimo hábito de personificar o responsável pela nossa crise. Antes batíamos panela para a Dilma e agora não aguentamos olhar para a cara do Temer. Quanto na verdade, o nosso grito deveria ser apenas um: Fora o presidencialismo!


SISTEMA PRESIDENCIALISTA

Nossa corrupção é grande por causa da nossa crise moral e crise do sistema político. Não vou abordar aqui a crise moral porque tem relação com educação, ética, consciência e humanismo. Vou abordar o nosso sistema.

O Brasil vive o sistema presidencialista. Esse tipo de doutrina favorece a corrupção e atrasa o país.

O que isso significa? Significa que o presidente tem muito poder. Ele é ao mesmo tempo Chefe de Estado e Chefe de Governo.

Ele é capaz de atrasar o país vetando os atos do legislativo. Ora, o legislativo eleito pelo povo para criar leis, pode ter o presidente como seu principal empecilho. 

O presidencialismo facilita muito a corrupção. E isso é simples de entender através da coalização. Se o presidente não tem a maioria na Câmara dos Deputados e no Senado, ele começa a negociar cargos no executivo. Assim, o legislativo, igual a uma prostituta, começa a se vender. Porque você acha que o PSDB não abandona o barco do Governo? O partido diz que é por causa das reformas. Ora, o PSDB pode sismplesmente votar a favor. Não precisa fazer parte do governo sujo do PMDB. Mas, quem quer largar o osso?!

Um outro ponto é que o presidencialismo tem tendência ao autoritarismo. Basta lembrarmos da era Vargas ou, para ser mais atual, a nossa vizinha Venezuela.

SISTEMA PARLAMENTARISTA

No parlamentarismo o executivo nasce do legislativo. O que gera rapidez na aprovação das leis. O povo elege seus representantes para criarem leis. Por sua vez, esses representantes elegem o executivo, o Primeiro-Ministro para governar.

Exemplo de parlamentarismo temos: Reino Unido, Japão e Suécia. O parlamentarismo pode ser República ou Monarquia. O monarca faz o papel de Chefe de Estado. Exemplo: Reino Unido.

Se o executivo não tem que vender cargos para ter o apoio do legislativo, diminui a corrupção. Ou seja, o sistema não abre brecha para a cleptocracia (governo feito pela corrupção). 

Um outro efeito positivo disso é a diminuição dos custos com campanhas eleitorais.

Viu! Não é bem melhor?

Agora, o que você pode fazer? Veja os partidos que são a favor do parlamentarismo e apoie.
Lembre-se quando for votar que o executivo (presidente, governador e prefeito) não faz nada se não tiver a maioria no legislativo. Assim, se você gosta de um candidato ao executivo do partido "X", vote também nos candidatos ao legislativo desse partido "X".

Por fim, espero que a punhetação do "fora, fora, fora" acabe. E possamos evoluir na nossa consciência política.

Pense nisso!

Pedro Curvelo
Junho de 2017