quarta-feira, 30 de julho de 2014
O QUE SIGNIFICA O TEMPLO DE SALOMÃO OU DO MACEDO
O que significa o Templo de Salomão do Bispo Macedo?
Várias coisas!
Para alguns líderes evangélicos, motivo de inveja, pois em algum momento já pensaram em tal projeto.
Para algumas pessoas, um atestado de que Edir Macedo enlouqueceu.
Para outros, mais um ponto turístico religioso, mais moderno que a Aparecida ou o Cristo Redentor.
Tem pessoas que estão indiferentes, pois associam o coração do homem como o único Templo.
Outros, farão de São Paulo um lugar de peregrinação para a fé neopentecostal. Por considerar um símbolo de avivamento espiritual.
Em toda a história, a raça humana sempre precisou tangibilizar o sagrado. Isso ocorreu em todos os povos, egípcios, romanos, gregos, hebreus e até cristãos.
Pelo sagrado, o homem levanta os seus altares e templos faraônicos como forma de devoção, medo do divino e estandarte do ego dos seus líderes. Neste, em um templo na Roma Antiga, se projetava a fundição entre a grandeza do seu líder político com a natureza divina.
O homem tem sede em materializar o poder. Seja terreno ou celestial.
Na época de Cristo, um novo discurso passou a ser usado: O homem como morada do divino. Expressões como "o corpo é templo do Espírito", "o Reino de Deus está dentro do coração do homem", começaram a ser apregoados. Com isso, o desapego da estrutura física e o foco para a necessidade do próximo. Sabendo que, sobre o Templo de Herodes, "não ficaria pedra sobre pedra".
Com a institucionalização da fé cristã, o imperador Constantino casa a política com a religião. Fruto desse casamento foram vários templos levantados em um sincretismo só. Catedrais com características romanas, egípcias, judaicas e gregas. Chegando ao ápice na história da criação de um Estado: O Vaticano.
A Reforma Protestante tentou retornar ao coração do homem. Se separando das estruturas institucionais e da figura do clero. Não durou muito para cair na sede de poder político baseado na expressão "dominar toda a terra". Se prendeu a uma teologia da prosperidade em detrimento ao "conhecer a si mesmo".
Utilizar o mega altar do Templo de Salomão como palanque político não será tentação exclusiva dos dirigentes da Universal. Malafaia já utilizou o seu altar para projetar José Serra, Lindberg Farias e para falar mal da Marina Silva.
Macedo, que sempre bateu de frente com a Igreja Católica, ganhou mais uma batalha. Levantando um Templo com dimensões maiores que a do Cristo Redentor, como destacou essa semana o jornal The New York Times.
Questionam os milhões de reais gastos na construção. Que esse dinheiro poderia ser destinado aos pobres. Esse protesto vem de todos os lados, dos invejosos e dos que são a favor da caridade. Lembrando que, apesar dos diversos escândalos da Universal, ela é uma instituição que "mete a mão na massa" em trabalhos sociais, seja no Brasil ou na África.
Por fim, não há como precisar o significado do Templo da Universal. O que há, é nos conscientizarmos de que o Templo Humano precisa se reestruturar no caminho do autoconhecimento, para enxergarmos o nosso interior e o nosso próximo. Templos dinâmicos e evolutivos.
Pedro Curvelo
Julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
A OVERDOSE DE UM MONSTRO
Overdose
O exagero de tudo
De um gole mergulhou no álcool
De uma atração
Migrou para um bacanal onde até o próprio baco se
escandalizaria
Em uma devoção espiritual
Tentado se viu em manipular o outro lado
Se mascarar e lucrar
De uma porneia migrou para as mais loucas extravagâncias
Do degustar para as amarras da gula
Do refletir de uma informação pulou para a fragmentação de
todas
O profundo se tornou superficial
Tudo queria compreender
Era um dia
Uma noite
Do vazio de um quarto e de um silêncio interior queria
escapar
De tudo se drogou, inclusive dele mesmo
No quarto se trancou
Em seu próprio gozo se sujou
Dimensões em sua mente criou
Ele queria subir sem as censuras
No ápice ao sono se entregar
Na esperança de que amanhã traga o encantamento do renovo
Da força a serenidade
Parado estava, mas dentro de si andava errante
Por sorte ou milagre, uma pequena chama ainda estava acessa
na sua consciência
Pensar ainda pode. Decidir, no entanto, passou a ficar em
extinção
No quarto ao invés do descanso
Há o tormento
Pela nudez da alma
O tormento do monstro chamado Eu
A válvula dele era o seu próprio androide
Em uma armadura se refugia
Do seu interior e do próximo se silencia
Percebeu a negligência em que se encontrava
Percebeu que a cura era se suportar em seu próprio quarto
Olhando com coragem para a sua nudez
Pedro Henrique Curvelo
Julho de 2014
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