Existem momentos que precisamos esperar. Simplesmente sentar e esperar o ônibus passar. Alguns ficam irritados, outros transformam cinco minutos em uma tortura de ansiedade. Tem pessoas que relaxam e esperam, tiram um cochilo, escutam uma música, puxam um assunto com quem não conhece e, de repente, chega a hora de levantar e pegar o ônibus.
Nosso DNA parece que nasceu predestinado a viver sob pressão. Por isso vivemos o tempo todo agitados. Somos expelidos pelo espírito desse mundo a correr uma maratona, mas, na verdade, ainda nem aprendemos a engatinhar. Todo tempo somos agitados em um rodamoinho de miragens materiais.
Chega um momento que a alma pede que se desligue o motor por um momento. Apenas para suspirar um pouco.
O silêncio está em extinção! Todo instante nossos ouvidos e corações são afligidos por bombas sonoras. No trânsito, no trabalho, em casa e em até algumas religiões.
Lenine tem uma canção que diz que "o corpo pede um pouco mais de alma", " o mundo pede calma".
Não respeitamos o nosso corpo/alma, como iremos respeitar o mundo com sustentabilidade?
Jesus, em sua humanidade, diante das agitações, tinha o costume de subir para um morro com o intuito de fazer uma vigília em silêncio.
Ele, em uma viagem de barco, quando o mar começou a ficar agitado, mostrou que a alma não poderia ser agitada por aquela situação. Resolveu dormir (rs). Simples assim!
Apesar da era tecnológica que vivemos, muitas pessoas não aprenderam o elementar: o saber respirar. Isso é a essência da vida!
Esperar não é a morte. É a renovação da estrutura interna e externa de uma águia no alto de um penhasco (quem lê, que entenda).
Pedro Henrique Curvelo
Agosto de 2012