
Tenho uma colega que diariamente consulta o seu horóscopo. Ela tem o signo peixes. Com esse hábito ela procura saber como será o seu dia que se inicia e como será o futuro. Com tal “oráculo místico” ela se anima para encarar as demandas da vida ou fica em alerta para o futuro.
Tal fato me levou a refletir que muitos cristãos utilizam o Evangelho como uma espécie de horóscopo.
Sim! Tentam descobrir por meio de alguma “revelação” aspectos que são individuais. Por exemplo:
Com quem Deus quer que eu case?
Qual emprego Deus quer que eu tenha?
Vou orar para saber qual a vontade de Deus sobre essa roupa. Será que devo usá-la?
Os que pensam que o Evangelho irá revelar essas coisas, irá se decepcionar. O máximo que a pessoa irá conseguir é uma “revelação” de algum “profeta” ou um pensamento que irá interpretar como a “voz de Deus”. Nessa ilusão direcionam as suas vidas e o resultado é ignorância, frustação e loucura.
Precisamos entender que as interrogações da vida (com quem casar, emprego e etc) pertencem ao homem apenas. Deus não se mete nisso! Não porque Ele não tenha tal soberania, mas ele confiou isso aos homens.
Quando lemos o Evangelho do Senhor Jesus, percebemos que a vontade de Deus é apenas que “amemos uns aos outros” . É isso!
O futuro cabalístico não deve pertencer ao homem, pois, como Jesus disse: “Deixe que o amanhã cuide de si mesmo”.
O hoje pertence ao homem, e com ele a responsabilidade nas decisões das questões naturais.
Pedro uma vez caiu na tentação de usar a relação com Deus como um horóscopo, ao perguntar como seria o futuro de João. Jesus apenas disse: “Que te importa? Quanto a ti, vem e segue-me”.
Portanto, devemos ter em mente duas responsabilidades: Cuidar das decisões da nossa própia vida sem transferi-la para os outros, incluindo Deus, e praticar a vontade divina (o amor ao próximo).
Junho de 2010
PEDRO HENRIQUE CURVELO