sábado, 1 de julho de 2023

Bolsonaro Inelegível. O que muda no jogo político?



 Jair Bolsonaro ficará inelegível por oito anos. Uma derrota por 5 a 2 onde o principal argumento foi a reunião com os embaixadores em julho de 2022 para falar do sistema eleitoral. Mas, a pergunta que fica é como ficará o jogo eleitoral depois disso.

É fato que Bolsonaro será agora um cabo eleitoral. E de grande peso. Usará o discurso de perseguição e fortalecerá aquele que será o seu sucessor. Da mesma forma que Lula fez com Haddad nas eleições presidenciais de 2018. O ponto é que toda sucessão sempre tem crise e rupturas. Isso desde a sucessão de Alexandre O Grande com a fragmentação do Império Macedônio até o Brasil em pleno século XXI.

Por um lado temos Tarcísio em São Paulo, que atende não só a ala bolsonarista, como também os moderados. Do outro lado temos Zema em Minas. Este se tiver alguma pretensão ao Planalto terá que abrir mão do Novo e migrar para outro partido para conseguir tempo de Televisão. E temos também a possibilidade de Michelle Bolsonaro ser a escolhida. Além de esposa do Capitão, também tem uma boa entrada na ala religiosa entre os evangélicos. Qualquer que for a decisão de Jair, irá dividir um pouco a direita em um primeiro turno e consolidar em um segundo turno.

Quem perde é o PT. Pois tanto Lula como Bolsonaro cresceram por causa do discurso da polarização. Essa estratégica consiste em ter um inimigo único. Exemplo: Na Guerra Fria, o inimigo era externo e era a União Soviética. Na Alemanha nazista o inimigo que consolidava todas as desgraças nacionais eram os judeus e assim por diante. Sem Bolsonaro, não fará muito sentido colocar holofotes no ex-presidente. Primeiro que agora o PT terá que dividir os ataques: Zema, Tarcísio e Michelle. Dividir ataque gera desgaste. E quando o sucessor for formalizado, não vai adiantar atacar muito o padrinho do candidato. 

Por fim, para o jogo democrático o efeito é a queda da polarização. Isso torna o sistema eleitoral mais coerente e racional. Ao invés de potencializar o messianismo político com beatificação de um candidato e a demonização de outro.

Pense nisso.

Pedro Henrique Curvelo

Julho de 2023


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