Overdose
O exagero de tudo
De um gole mergulhou no álcool
De uma atração
Migrou para um bacanal onde até o próprio baco se
escandalizaria
Em uma devoção espiritual
Tentado se viu em manipular o outro lado
Se mascarar e lucrar
De uma porneia migrou para as mais loucas extravagâncias
Do degustar para as amarras da gula
Do refletir de uma informação pulou para a fragmentação de
todas
O profundo se tornou superficial
Tudo queria compreender
Era um dia
Uma noite
Do vazio de um quarto e de um silêncio interior queria
escapar
De tudo se drogou, inclusive dele mesmo
No quarto se trancou
Em seu próprio gozo se sujou
Dimensões em sua mente criou
Ele queria subir sem as censuras
No ápice ao sono se entregar
Na esperança de que amanhã traga o encantamento do renovo
Da força a serenidade
Parado estava, mas dentro de si andava errante
Por sorte ou milagre, uma pequena chama ainda estava acessa
na sua consciência
Pensar ainda pode. Decidir, no entanto, passou a ficar em
extinção
No quarto ao invés do descanso
Há o tormento
Pela nudez da alma
O tormento do monstro chamado Eu
A válvula dele era o seu próprio androide
Em uma armadura se refugia
Do seu interior e do próximo se silencia
Percebeu a negligência em que se encontrava
Percebeu que a cura era se suportar em seu próprio quarto
Olhando com coragem para a sua nudez
Pedro Henrique Curvelo
Julho de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário