terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O OUTRO LADO DO AMOR



O amor concede tempo

O amor fica em silêncio

O amor também rompe relações. Quando percebe que será mais saudável para as duas pessoas

O amor chora

O amor também fica magoado e não evita a transparência para confessar a raiva, a ira e a dor

O amor também se distância

O amor sempre foca na vida. Mesmo que tenha que se separar

O amor coopera. Mas não comunga com a passividade

O amor deixa "os mortos enterrarem os seus mortos"

O amor sabe retornar

Dar o primeiro passo

Reconciliar

O amor sempre trará boas novas

Pedro Henrique Curvelo
Fevereiro de 2013

sábado, 23 de fevereiro de 2013

SOFIA, menina mãe!




Sofia, menina mãe!

Ela deseja voar! Sua geração deseja cativa-la em paredes. Seus pais alegam que é mais seguro.

Com asas, ela voa sem a censura que a vida adulta impõe. Ela não ver preconceitos, todos são iguais, carvalhos germinados pelo ventre da mãe terra.

Santa mãe! Ela é sua filha. Nós somos pródigos. Assim nos tornamos quando cortamos as nossas asas.

Perdemos a inocência, perdemos o respeito. Instituímos o confronto em nossas relações, ameaças. Estupramos nossas emoções com pânicos gerados pelos gritos e imposições.

Somos velhos e corrompidos! Voltemos a deslumbrar o entardecer de uma praça. Basta sentir o vento e nasceremos de novo. Perceberemos que somos todos irmãos. Vindos do mesmo ventre. Compositores de uma mesma canção, mas que a escutávamos cada um no seu próprio idioma.

Lavemos os pés uns dos outros. Coloquemos as sandálias, pois nossa dança irá começar. No final, entenderemos a missão de Sofia. Entenderemos o encantamento da sua música sobre o lado místico da nossa temporalidade.

Pedro Curvelo
Fevereiro de 2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

SIGILO DA FÉ





Quando um homem e uma mulher estão casados, o quarto deles se torna um local de sigilo. Ninguém sabe o que acontece entre quatro paredes. Isso apenas importa ao casal. Dessa forma, eles mantém a sacralidade da relação deles. Agora, se os detalhes dessa vida fossem contados aos quatro ventos, a relação poderia ser minada com sentimentos ruins, inveja e ataque de outras pessoas.

Igualmente, a fé em Deus precisa ser desenvolvida de forma sigilosa. Você não precisa dizer para todo mundo que tem uma aliança com Deus, ou que Deus fala com você, que você tem revelações, profecias e por aí vai.

"Que a sua fé permaneça entre você e Deus"


Paulo ensina isso em Romanos 14:22.

Logo, não devemos empurrar a nossa forma de crer para todo mundo. Estabelecer uma Inquisição para condenar aqueles que acreditam de forma diferente.

É pessoal. É sigilosa.

Jesus vivia sua fé dessa maneira. Orava em lugares isolados. Quando revelou que era o Cristo fez isso aos discípulos íntimos e os ordenou para que não contassem para ninguém. Seu andar com Deus foi tão oculto que só temos informações já na vida adulta.

"... Ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita" Mt 6:3

Assim Jesus ensinou com relação a forma como devemos ajudar aos outros e ofertar. Não devemos propagar que estamos ajudando alguém de forma financeira ou de outra maneira.
Não devemos "tocar trombeta" na hora de oferta. Isso é discreto! Não deve ser identificado pela igreja ou receber qualquer  "benção especial".

As igrejas precisam deixar os momentos de propaganda das ofertas e torna-los secretos.

"Orarás ao teu Pai em secreto" Mt 6:6

Não preciso dizer para ninguém se tenho uma vida de oração ou quanto tempo eu oro. Já viram um casal dizendo constantemente: "hoje transei assim e assado com a minha esposa". "Meu marido me surpreendeu hoje na cama"? Dificilmente você escutará. A oração segue o mesmo princípio.

"Quando jejuares, lava o rosto" Mt6:17

Com qual objetivo? O próprio Jesus responde: "com o fim de nao parecer aos homens que jejuas"

No Reino de Deus, meus amigos, não há lugar para propagandas espirituais. É um viver discreto que frutifica naturalmente. E de tão natural, os frutos caem no chão.

Viva a simplicidade da sua vida. O que você crer, naturalmente será revelado nas suas atitudes, palavras e até suor. O poder dessas comunhão chegará a atrair outros.

Isso é saudável! Evita o orgulho, traz uma nova consciência sobre sua humanidade.

Pense nisso!

Pedro Henrique Curvelo
Fevereiro de 2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Sigilo da Fé

Segredos de um quarto





Entre no meu quarto. Mulher!
Conheça o lugar secreto.
Aqui é o espelho do meu interior.
Veja a minha nudez, lugar para desfrutar os segredos da intimidade.

Entre no meu quarto. Veja os memoriais do passado e as agitações do presente. Me conceda prazer e descanso. Me conceda a oportunidade de satisfaze-la.

Veja os diversos altares visíveis das paredes do meu quarto e invisíveis das paredes da minha alma. 

Lugar de descanso e conflito. Aqui vivo sem amarras.

Entre no meu quarto. Lugar onde os meus desejos mais profundos flutuam e com eles comungo. Aqui o pagão e o sacro se misturam.

Meu aposento é um portal onde regresso ao passado e me projeto ao futuro.

Entre e apenas durma, doce menina. Permita que o apetite sexual da nossa juventude nos desperte e possamos saciar um ao outro.

Veja o amanhecer e o anoitecer.
Silêncio!
Alguém bate na porta.
Não com o intuito de entrar. E sim, nos convidando para sair.

Coloque sua roupa e máscara. O mundo nos espera. Saiamos! 

Pedro Henrique Curvelo
Fevereiro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Benedicti vale - Despedida e renúncia




“Papa não adoece até que morra”. Provérbio romano

Leonardo Boff, grande teólogo, confessou à TV Brasil que a atitude de Bento XVI foi “digna e louvável”. Isto, tendo como base a humildade do Papa por reconhecer suas limitações físicas diante das demandas que o cargo papal exige. No passado o papa se via como imortal, hoje, como um simples humano.

Ao longo da história, tivemos quatro episódios de renúncia/deposição da cadeira de São Pedro:
1º - Bento IX (1045) – Deposição por pressão devido à vida imoral que levava;
2º - Gregório VI (1046) - Padrinho de Bento IX foi acusado de simonia (venda de objetos sagrados);
3º - Celestino V (1294) – Renunciou por pressão política dentro do Vaticano;
4º - Gregório XII (1415) – Renunciou também por pressões políticas.

Coincidência ou não, Bento XVI sempre foi um profundo admirador de Celestino V. O papa que menos tempo ficou no cargo. Pressões políticas sempre estiveram dentro do Vaticano, pois não deixa de ser um Estado.

A verdade é: Política é o mal da religião.

Nas relações humanas sempre haverá um braço político. Faz parte da nossa natureza. No entanto, quando o pragmatismo deste ameaça a sacralidade da fé, aí entra a corrupção e a imoralidade.
Oficialmente Bento XVI se retira por motivos de doença. Irá se dedicar aos estudos teológicos. Esperamos que a verdade não tenha ligação com pressões políticas das diversas facções que existem dentro do vaticano.

O mundo espera que o conclave seja, de fato, para uma meditação e avaliação do mundo interior/exterior e suas necessidades, naquilo que a Igreja Católica pode contribuir. Que os cardeais escutem a voz da consciência e do Espírito Santo. Que não haja fumaça preta das politicagens das facções e seus interesses.

Pedro Henrique Curvelo
Fevereiro de 2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Mônica e o Carnaval




Foi um carnaval desses que Mônica fez um retiro. Se isolou da família, das amigas, dos padrões e da ortodoxia de qualquer moralismo.

Se isolou também dela mesma. Dos seus medos, sua moral e dos conceitos que ele formava por falsidade ou por convicção.

Ela se fantasiou. Tudo para que o espelho não a regredisse ao real. Se coloriu, criou personagens e dançou. 

Jogou o relógio fora e o celular desligou. Cada som de um bloco era um novo momento. Conheceu pessoas, riu, brincou, bebeu, vomitou, descansou, se levantou e seguiu.

Na magia do carnaval, beijou sem pudor, homens e mulheres. Ela beijava e depois perguntava o nome. Quando perguntavam o dela, não respondia. Era uma forma de não quebrar o encantamento.

Na apoteose, os homens se transformam em deuses, mitos, folclores. É o sincretismo das culturas, do passado brasileiro: Negro, Índio e portugueses. 

Na apoteose os ritos da carne são explorados. Apesar de ser a festa da carne, é a essência humana que é conhecida sem censura. As fantasias são os arquétipos: monstros, rainhas, heróis e crianças.

Mônica em êxtase dançava com todas as suas forças. Um olhar e a visão de um homem fantasiado. Levada pelo desejo o beijou, dançou e para ele se entregou.

Uma noite, uma eternidade. Uma transa e um gozo jamais explorado. Ela estava livre sobre a aurora de Afrodite. Do vinho de Baco bebeu e ligou a sua alma a do rapaz que conhecera.

Qual o nome dele? Não sei.

Já ela, apesar das diversas fantasias, seu nome era Mônica. Histórias ela terá o ano todo para contar para as amigas. Já para sua mãe, mistérios a esconder. 

No seu corpo o cansaço e o renovo dessa experiência. A fantasia, no entanto, gerou algo real: a gravidez.

Um filho amado, mas não esperado. Filho de Mônica com...

Quem é ele? Ela nunca saberá. Mas seu filho ao nascer será um memorial daquela experiência. Terá sempre o entendimento: Fantasias e realismo sempre assombraram um ao outro.  Cabe ao homem a habilidade de conciliar os dois.

Pedro Henrique Curvelo
Carnaval de 2013