quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CINZAS DO PASSADO




Ele olhou para o passado em busca de algum vestígio, no entanto, só encontrou cinzas.
Sem referência, memória ou fragmentos. Teve que encarar o presente partindo do estado zero.

Nem sempre o novo se constrói sobre ruínas. Tem momentos que precisa ser trabalhado sobre um terreno virgem. Se há fantasmas escondidos, as erosões do futuro irão mostrar.

Ele pegou o papel, construiu o preto e o branco. Do seu interior teve que buscar forças para colorir.

Uns chamam isso de fé.

Mas, nesse aspecto, a fé tem outra dimensão. Pois não floresceu de uma promessa, testemunho ou "dito profético". Ela germinou sem semente. Do vazio surgiu, crendo em algo que ninguém consegue ver.

Do Mistério veio o querer e o realizar. Como consequência, uma jardim surgiu. Jardim esse que para ele será um memorial.


Pedro Henrique Curvelo
Novembro de 2012

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