sábado, 16 de maio de 2009


O “PING PONG” DO HOLOCAUSTO


Recentemente a mídia divulgou a posição escandalosa do Bispo tradicionalista Richard Williamson ao declarar que não é verídico o fato de seis milhões de judeus terem sido mortos no holocausto. Para Richard as câmaras de gás não existiram e que apenas 300 mil morreram nos campos de concentração nazista.

Depois do alvoroço que ocasionou na sociedade judaica, o Papa Bento XVI exigiu que o Bispo retire essa declaração. Ao lembrar da Shoah (Holocausto), o papa trouxe a memória o holocausto e criticou o ódio racial e religioso. É uma forma política que o papa tenta colocar para limpar a o nome do Vaticano, afinal a Igreja erra hoje ao dizer que não sabia da declaração do Bispo, e errou ontem com a omissão diante do nazismo.

Exigir que o Bispo retire tal declaração me faz refletir sobre a liberdade de pensamento que o indivíduo tem, mesmo que contraditória com relação a verdade histórica. Ora, essa é a crença do Bispo Wiliamson. Se ele acredita dessa forma mesmo sem fundamento, ele deve abrir mão do sacerdócio católico romano, uma vez que não há compartilhamento dessa idéia.

Agora, se o Bispo retirar o que disse, além de declarar uma mentindo para si mesmo, pois ele acredita dessa forma. Mostrará também que ele (Richard) de tradicionalista passou a ser marionete de Bento XVI. Até o momento, Richard apenas pediu desculpas a Santa Sé, mas ainda não retirou tal declaração.

Assim, enquanto a fogueira se acende, presenciamos mais uma vez esse “ping pong” histórico onde a validade do holocausto sempre é questionada. Hoje com o Bispo Richard, a alguns meses atrás com o Presidente do Irã. Dessa forma, o Holocausto não se solidificou apenas na memória, é vivenciado, questionado e debatido constantemente. Dessa forma, o mundo participa ainda do holocausto, não o concreto, mas o ideológico.

PEDRO HENRIQUE CURVELO
Fevereiro de 2009

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite, Pedro.

Há muitos mistérios sobre a Igreja, os quais acredito que nunca serão revelados.
Pois bem, estamos vivendo um tempo onde há escândalos para todos os lados. Uns são publicados outros não. E isto, atualmente, envolve diversas religiões.
Onde há humanos, há erros.
Nada a declarar sobre o Papa, ou a Igreja pois aos poucos alguns fiés vão tendo conhecimento da verdade. E a verdade só há uma - Deus.

claudiomfleite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
claudiomfleite disse...

O pedido de retirada da declaração por parte do papa é legítimo, uma vez que o bispo é um representante da igreja. Caberá a ele, o bispo, decidir se retira (a declaração) ou se retira (da instituição). Ou seja, ele continua tendo liberdade, e esta implica em fazer escolhas.